30 setembro 2021

Preço exorbitante

Com Bolsonaro, botijão de gás já custa 10% do salário mínimo. Pesquisa da Agência Nacional do Petróleo mostra que o preço médio do botijão de 13kg passa de R$ 100 em 16 estados. Leia aqui https://bit.ly/3im3Z8Z

Vacina chinesa

“São chinesas 78% das vacinas aplicadas no Brasil”, afirma a consul-geral da China em Recife

Em entrevista concedida a Pedro Oliveira*, a consulesa-geral da China no Recife, Yan Yuqing, destaca a visão de cooperação ganha-ganha adotada pelo governo chinês o que significa o apoio ao desenvolvimento de toda a humanidade no espírito de fortalecimento da democracia e da prosperidade nos diversos países
Hora do Povo

 

Entre as questões levantadas na entrevista, a da cooperação no terreno espacial, que já resultou no lançamento de quatro satélites sino-brasileiros e nas tratativas para o desenvolvimento de processos capazes de tornar as cidades mais verdes e mais inseridas no fortalecimento de sua ecologia.

O Consulado-Geral da China em Recife, capital de Pernambuco, tem a jurisdição sobre oito Estados nordestinos do Brasil, nomeadamente Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão, Alagoas e Sergipe

- Com a amplitude da jurisdição de seu consulado, a questão é saber se com a fundação do Consórcio do Nordeste os objetivos de seu trabalho continuam válidos?

Yan Yuqing: A função do consulado sempre foi aprofundar o intercâmbio e a cooperação entre a China e os Estados do distrito consular nos campos da política, economia e comércio, cultura, educação, promover o intercâmbio de pessoal entre a China e o Brasil, melhorar o entendimento mútuo e a amizade entre os dois povos, e proteger os cidadãos chineses de acordo com a lei. Esta função não será alterada com a fundação do Consórcio do Nordeste, mas a criação do Consórcio do Nordeste ajudará o Consulado Geral a promover melhor a cooperação do Nordeste do Brasil com a China.

- De que forma o consulado do Recife – inaugurado em fevereiro de 2016 – tem contribuído para as relações entre a China e Brasil no terreno da ccoperação espacial?

Yan Yuqing: A cooperação espacial é um projeto de cooperação entre os dois governos. A Embaixada da China terá um papel maior na cooperação. O consulado-geral terá um papel de apoio.

Desde o estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e o Brasil em 1974, os dois países têm alcançado uma cooperação frutífera em vários campos, entre os quais a cooperação espacial tem alcançado grandes conquistas. Em particular, foi decidido em 1988 desenvolver em conjunto o Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, um projeto de alta tecnologia, que continuou a avançar por mais de 30 anos e lançou com sucesso 4 Satélites de Recursos Terrestres Sino-Brasileiros.

- Várias cidades e regiões do Nordeste participam do projeto de cidades irmãs e de regiões irmãs com cidades chinesas, como é o caso das relações entre o Estado de Pernambuco e a região provincial de Sechuan na China. Existem outros projetos de cidades irmãs entre a China e o Nordeste do Brasil?

Yan Yuqing: Além de Pernambuco e Sichuan, ainda temos Fujian e Ceará, Recife e Guangzhou, Recife e Chengdu, Fortaleza e Fuzhou, São Luís e Wuhan. 

No momento, estámos promovendo o estabelecimento de relações irmãs entre Paraíba e Liaoning, Rio Grande do Norte e Guangdong, Maranhão e Tianjin, Fortaleza e Xiamen, Marechal Deodoro e Nantong.

- Como estão e quais as perspectivas no âmbito das relações comerciais entre a China e o Brasil?

Yan Yuqing: Paz e harmonia são os conceitos que a nação chinesa perseguiu e transmitiu por mais de 5.000 anos. A China sempre mantém a bandeira da paz, desenvolvimento, cooperação com o espírito de ganha-ganha, segue uma política externa independente de paz, segue o caminho do desenvolvimento pacífico, promove a construção de um novo tipo de relações internacionais, promove a construção de um Comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.

Esta posição da China é consistente e clara e não mudará devido a mudanças nos EUA ou no Brasil.

Notei a mudança no Itamaraty, com a posse do novo Chanceler Sr. Carlos Alberto Franco França. O chanceler Franco França afirmou em diversas ocasiões que as relações com a China são a prioridade da diplomacia brasileira e as relações entre os dois países são extensas, mutuamente benéficas e estratégicas. Isso coincide com a posição da China. A China está disposta a trabalhar em estreita colaboração com o Brasil em vários campos para promover o desenvolvimento sustentado e aprofundado das relações bilaterais.

- Como se comportou a China com a relação ao Brasil no enfrentamento da pandemia do coronavírus?

Yan Yuqing: A China forneceu ao Brasil um total de cerca de 60 milhões de reais em assistência material e ajudou o Brasil a comprar 1.200 toneladas de materiais anti-epidêmicos da China. A China é o primeiro país a desenvolver cooperação em vacinas com o Brasil e a fornecer vacinas ao Brasil. As vacinas e insumos fornecidos pela China respondem por 78% do total de vacinas recebidas atualmente pelo Brasil, que têm desempenhado um papel importante no combate à epidemia no Brasil.

No momento, a SinoVac, a Sinopharm e a Clover Biopharma estão fazendo a terceira fase de pesquisa de vacinas no Brasil.

As vacinas de Coronavac foram distribuídas pelo Ministério da Saúde, e não conseguimos saber a quantidade ou porcentagem que os estados do Nordeste receberam.

- A China tem falado muito em colocar o desenvolvimento como instrumento de redução de conflitos no Planeta. Como vê essa questão?

Yan Yuqing: Quem conhece a história da da iniciativa “Reforma e Abertura” da China deve ter ouvido o famoso ditado “Desenvolvimento é princípio absoluto “. Isso foi proposto pela primeira vez por Deng Xiaoping, o arquiteto-chefe da reforma e abertura da China em 1992.

O Secretário-Geral Xi Jinping enfatizou que, Desenvolvimento é socialismo, e o desenvolvimento deve estar comprometido com a prosperidade comum”. Nosso sucesso em vencer a batalha contra a pobreza é a prática bem-sucedida desse conceito.

O conceito de desenvolvimento não é apenas implementado com sucesso na construção econômica e social da China, mas também incorporado na diplomacia chinesa. Por exemplo, a China sempre seguiu a política de desenvolvimento pacífico, defendeu a igualdade entre países grandes e pequenos e promoveu os valores comuns de paz, desenvolvimento, equidade, justiça, democracia e liberdade para toda a humanidade. A iniciativa “One Belt, One Road” [“Cinturão e Rota”] lançada pela China também está impulsionando o desenvolvimento comum dos países subdesenvolvidos no mundo e beneficiando toda a humanidade.

No combate contra a pandemia de Covid-19 que está devastando o mundo, a China sempre defendeu ativamente a distribuição justa e razoável de vacinas para beneficiar o mundo, especialmente os países em desenvolvimento, e assumiu a liderança dando o exemplo.

No processo de implementação das políticas acima mencionadas, o Brasil também é uma das considerações e implementações prioritárias da diplomacia chinesa.

- E no terreno da proteção ao meio-ambiente?

Yan Yuqing: Também observei no trabalho com os políticos e empresários do Nordeste do Brasil que eles estão prestando cada vez mais atenção ao desenvolvimento sustentável e coordenado. Sob esse consenso, buscaremos em conjunto áreas de vantagens complementares, explorar o potencial de cooperação mutuamente benéfica, e promover o desenvolvimento de novas infraestruturas e novas energias. Nova agricultura, proteção ecoambiental e outros campos de compartilhamento de experiências, cooperação ganha-ganha e, em conjunto, construir cidades verdes, cidades inteligentes, cidades seguras e cidades ecológicas, buscando a prosperidade comum e beneficiando as pessoas de ambos os lados.

*Jornalista e pesquisador em Relações Internacionais

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Instrumnento de unidade

A celebração da federação entre partidos, recém-aprovada pelo Congresso Nacional, na prática não é simples pela diversidade de situações que se verificam nos estados. Por isso mesmo tem enorme importância política, que a grande mídia ainda não compreendeu ou tenta obscurecer.

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Marcas

 No WhatsApp:

— Cicatrizes na alma. Que não as tem?

Caminhos

Quem luta sempre obviamente não vence todas as batalhas. Mas amadurece na arte de guerrear e aprende os caminhos da vitória.

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Necessária amplitude

Frenteamplismo, sim

Luciano Siqueira, no portal Vermelho

 

Por meio digital, me chegou um texto de uma das correntes do PT (que não consegui identificar) orientando a militância a não participar de movimentos de oposição onde estejam presentes grupos e personalidades que votaram em Bolsonaro para a presidência da República.

Votaram, mas não votam mais.

Deslocaram-se para o campo oposto e agora engrossam as fileiras dos que se batem pela democracia e contribuem para desmascarar, enfraquecer e isolar o presidente e sua corrente de extrema-direita.

"Não se misturar" é palavra de ordem típica dos que não se sentem seguros de suas próprias convicções.

Nos primórdios do PT, na campanha eleitoral de 1982 (quando me elegi deputado estadual pela primeira vez), participei de um debate com um militante do sindicalismo rural, candidato petista no mesmo pleito (que veio a obter pouquíssimos votos e não se elegeu).

A plateia era de operários metalúrgicos.

Meu oponente no debate disparou uma crítica agressiva ao fato de eu ter participado, como orador, num grande comício para mais de 20 mil pessoas no bairro de Casa Amarela, no Recife, liderado pelo então candidato a governador emedebista senador Marcos Freire.

A crítica é que eu me misturara com "políticos burgueses".

Ao que contra-argumentei que vira o meu crítico num pequenino comício, na Rua Nova, no centro da cidade, que reunia não mais do que 20 ouvintes.

No comício de Casa Amarela, meu público obviamente era infinitamente maior. E me permitira manifestar a opinião própria do PCdoB (que ainda não havia recuperado a legalidade), como candidato reconhecidamente comunista.

Ou seja, nos ombros de lideranças daquela que se constituía, na prática, como uma frente ampla e heterogênea, a voz de um comunista chegara às multidões durante toda uma campanha memorável, apoiada na mobilização popular.

Participante de uma ampla e diversificada coalizão que nem o óleo na água, que se junta mas não se dilui, nem perde a identidade.

Adiante, a ditadura militar acabou derrotada em eleição indireta que elegeu Tancredo Neves presidente por uma frente amplíssima, a Aliança Democrática.

A tal corrente petista que agora orienta seus militantes a se comportarem contra o que chamam de “frenteamplismo” fecha os olhos para o inequívoco fato de que Lula e Dilma se elegeram duas vezes para a presidência da República mediante coalizões extremamente amplas e heterogêneas.

E, em minoria no Congresso Nacional, celebraram alianças as mais diversas como condição de governabilidade.

O último pleito presidencial, que alçou à condição de governante o fascistóide Jair Bolsonaro, se constituiu numa derrota histórica das forças democráticas para a extrema direita.

A muito custo tem sido possível desmascarar perante a população o real caráter do presidente e do grupo a ele vinculado. Não são apenas vozes à esquerda, são insatisfações manifestadas por variadas correntes políticas e sociais, inclusive de centro-direita.

E é bom que assim seja.

Não há outro caminho para galvanizar o interesse, a emoção e a atitude oposicionista numa sociedade tão complexa, desigual e diversificada.

A ideia da frente ampla comporta interesses os mais diversos, é verdade. Por isso mesmo não é fácil de se concretizar.

A realidade concreta, num certo sentido, em determinados momentos atua com mais força do que os interesses subjetivos dos múltiplos atores presentes na cena política.

Se uma conjugação de forças assim tão ampla e multifacetada já tivesse ganho dimensão há alguns meses, provavelmente se teriam gestado as condições do impeachment de Bolsonaro.

Os atos públicos previstos para o próximo sábado ganham um contorno de frente ampla — e é ótimo que assim seja.

Correntes políticas maduras e consequentes certamente contribuirão para avançarmos num ambiente de "amplitude heterogênea" indispensável à vitória eleitoral do campo democrático em 2022.

"Esquerdistas" sectários e inconsequentes se colocam à margem do processo, abraçados no fundo do poço a chorar suas pitangas.

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Movimento estudantil

Chapa 1 elege presidenta e reabre DCE da UNICAP

compcdobpe
 

Após mais de 2 anos fechado, o Diretório Central dos Estudantes (DCE Dom Hélder Câmara) da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), terá a estudante de Direito, Stephannye Vilela na presidência da entidade, pelos próximos 2 anos. A eleição aconteceu nos últimos dias 27 e 28 de setembro, e levou mais de mil estudantes para as urnas digitais.

Com 890 votos, a “Chapa 1 Última Instância, todo mundo no DCE” venceu a disputa que já está sendo considerada como uma importante vitória de todo o Movimento Estudantil da UNICAP, devido ao significado da amplitude formada, o número de votos no resultado final, e a culminância com a reabertura do diretório. A chapa contou com a decidida participação da União da Juventude Socialista (UJS).

“É um DCE que já inicia com muita luta. A gente vem pautando uma bolsa auxílio, para estudantes bolsistas da UNICAP, também estamos atentos e atentas a questão da redução da mensalidade já que estamos em plena pandemia onde muita gente perdeu o emprego e trancou o curso”, comenta Stephannye, ou “Sté Vilela” como é conhecida a presidenta eleita, que também é bolsista.

Outro ponto importante, destacado pela nova presidenta, foi a unificação dos Diretórios Acadêmicos (DA) em torno da candidatura de Sté: “para além da reabertura, tem a questão da construção desse DCE que foi feita junto com todos os Diretórios Acadêmicos da universidade”, destaca.

A Universidade Católica de Pernambuco é uma das principais universidades privadas do estado. Localizada em Recife, foi criada em 27 de setembro de 1951, e reconhecida pelo Governo Federal desde 18 de Janeiro de 1952. Sua origem remonta à primeira escola superior católica das regiões norte e nordeste do país, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Manuel da Nóbrega, fundada em 1943. E ela oferece, atualmente, 36 cursos de graduação, e é composta por dez prédios no seu campus da Boa Vista (Centro do Recife). Possui cerca de dez núcleos de práticas jurídicas (NPJ) espalhados por todo Grande Recife. Ainda conta com a Unicap Jr. – empresa júnior da universidade.

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29 setembro 2021

Manuela D'Ávila: racismo cotidiano

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Efeito bumerangue

Caminhoneiros cogitam greve contra Bolsonaro para baratear combustível. Possível paralisação será debatida em reunião do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas. Leia aqui https://bit.ly/3m3Lw2c

Crônica de fim de tarde

Maternal paciência 

Nhuria Gonçalo Xavier*

 

Antes, achava que por trabalhar e estudar muito estava no limite da exaustão, mas entendi o significado de muitas coisas e situações quando me tornei mãe.  

Passei a sentir na pele o cansaço infinito e percebi que a exaustão vai para além do cansaço físico. O limite emocional e financeiro são colocados a prova diariamente, em especial quando as noites de sono se acumulam ou quando o(a) filho(a) adoece e por tantos outros motivos que nos cercam de “medos” e dúvidas. 

Antes, verbalizava que não tinha tempo para fazer as coisas e que o dia precisaria ter 48 horas. 

Hoje, percebo que realizo tantas coisas e sou tão mais ágil em tão pouco tempo. Cada segundo bem aproveitado interfere no meu bem estar e por consequência no do meu filho. 

Aprendi com meu filho a lidar com os imprevistos, atrasos e esperas. Os planejamentos passaram a ser reelaborados. 

A paciência, na maioria das vezes, se torna um obstáculo, mas é preciso torna-se sua aliada. 

Passei a ser mais paciente comigo, com os palpites, os julgamentos e com as situações atípicas. 

Algumas situações me impulsionaram a percebi que a paciência é crucial.

Compreendi que a exaustão, que citei no começo, vai nos levar a perder a paciência em muitos cenários e isso nos leva a entender que é não damos conta de tudo, há dias mais leves e mais densos, aprendi que não conseguimos levar o mundo nas costas e um dos mais importantes: respeitar os limites, ignorar ou acolher opiniões que agregam ou não no nosso jeito de maternar.

Por fim, é certo dizer que meu filho me ensina, gradativamente, o que de fato é importante para ser feliz.

[Ilustração: Luiz Carlos de Andrade Lima]

*Nhuria Gonçalo Xavier, pedagoga, realizando MBA em gestão pública na UPE

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A fake e o fato

Economia real do país atropela fake news do ministro Paulo Guedes. Sondagens setoriais da FGV apontam queda das expectativas no comércio, indústria, serviços e construção civil. Inflação da “porta de fábrica” atinge 33% em 12 meses. Leia mais https://bit.ly/3zSZ31t

Palavra de poeta: Damário Dacruz

Resolução

Damário Dacruz


Essa dor
não me resolve,
esse poema
não te resolve.
O que nos une
é alguma coisa
acima do sim,
é alguma coisa
acima do não
(se por acaso
a palavra amigo
é prisioneira
no coração do homem).

Essa dor
não me resolve,
esse poema
não te resolve.
O que nos une
é a cumplicidade
em caminhar sobre pedras,
é o compromisso
em cavalgar sobre peitos
(se por acaso
a palavra amigo
é prisioneira
no coração do homem).

Somos esta coragem
em insistência humana,
somos esta covardia
sem existência humana.
O que nos une
é essa dor mesmo,
é essa mesma poesia
em roçar os dedos
na mão do outro.

[Ilustração: Burle Marx]

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Fotografia: Cena urbana

 

Tatiana Vasconcelos*


*Advogada, fotógrafa amadora
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Humor de resistência

 

Laerte


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Corrosão econômica pela pandemia

Custo covid-19” no Brasil foi maior

Pesquisa estima o custo econômico nacional da pandemia da Covid-19 no Brasil
Marcio Pochmann, Portal Vermelho www.vermelho.org.br

 

 

No ano de 2020, a pandemia da Covid-19 impactou profunda e negativamente a economia brasileira. A partir de pesquisa realizada com o objetivo de estimar o custo econômico nacional da pandemia do coronavírus no Brasil, chegou-se ao resultado de R$ 4,4 trilhões, o que equivaleu a quase 60% do Produto Interno Bruto do ano passado.

Ao se considerar o conjunto dos domicílios do país (72,4 milhões), constata-se o valor monetário de 61,1 mil reais de custo econômico para cada moradia no ano de 2020. Se repartir o mesmo custo econômico nacional pelo número de habitantes (211,8 milhões), o valor per capita atinge a quantia individual de R$ 20,9 mil.

O resultado do custo econômico nacional decorre da composição de duas partes distintas principais.

A primeira, referente à atividade produtiva, alcançou o prejuízo estimado em R$ 2,7 trilhões, o que representa 60% do valor total estimado para o custo econômico nacional.

A atividade produtiva se encontra constituída pelos seguintes itens observados: a capacidade de produção, que considera o fechamento das unidades produtivas; o nível de produção, que trata do declínio do valor agregado; a situação da ocupação e renda, que contabiliza o adicional do desemprego e da subutilização dos trabalhadores; e as contas públicas, vinculadas ao acréscimo do déficit nominal por decorrência da pandemia.

A segunda parte da composição do valor monetário do custo econômico nacional responde pela atividade humana, que contabiliza R$1,7 trilhão ou 40% do valor total, sendo constituída por dois itens: a perda humana plena, representada pelo conjunto de mortes prematuramente ceifadas pela Covid-19 e a perda humana parcial, decorrente dos efeitos da contaminação e sequelas direta e indiretamente conferidas pela situação geral do próprio contexto da pandemia no Brasil.

Diante disso, percebe-se o quanto a pandemia da Covid-19 iniciada em 2020 assume uma grandiosidade perversa para a sociedade e a economia nacional. A estimativa do seu impacto no Brasil deveria servir, pelo menos, de conscientização a respeito da leviandade com que as autoridades do país, especialmente as do poder executivo, “enfrentaram” a maior crise sanitária e seus efeitos econômicos de todo o período republicano.

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Vacina brasileira

Butanvac é segura e induz alta resposta imunológica, aponta estudo
Vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan está na primeira fase dos testes clínicos no Brasil, na Tailândia e no Vietnã
O Globo


Os resultados preliminares da primeira fase dos ensaios clínicos feitos na Tailândia apontaram que a Butanvac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan, é segura e induz uma alta resposta imunológica após a aplicação da segunda dose. Os dados foram divulgados em artigo publicado na plataforma MedRxiv, e ainda não foram revisados por pares. No Brasil, os testes da primeira fase estão em andamento em cidades de São Paulo e Minas Gerais.

De acordo com o estudo tailandês, todas as formulações do imunizante, chamado internacionalmente de NDV-HXP-S, foram bem toleradas nos voluntários que receberam duas doses com intervalo de 28 dias. Os 210 participantes, sendo 82 homens e 128 mulheres, com idades entre 18 e 59 anos, foram divididos em grupos que receberam diferentes dosagens da vacina ou placebo.

Menos de um terço dos voluntários desenvolveram efeitos adversos, e não houve relatos de ocorrência grave. Os sintomas mais frequentes foram dor e sensibilidade na região, além de fadiga, cefaleia e mialgia.

O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade Mahidol, na Tailândia, da Icahn School of Medicine do Hospital Mount Sinai e da Universidade do Texas, as últimas nos Estados Unidos. Além da Tailândia e do Brasil, os testes clínicos da Butanvac também são realizados no Vietnã.

Os resultados desta fase dos ensaios clínicos atestam a segurança da vacina e mostram qual dosagem utilizada foi a que despertou a maior resposta imunológica pelo organismo. Com base nos dados obtidos, duas formulações foram selecionadas e devem ser avaliadas na próxima etapa dos testes, a fase 2. Apenas na terceira e última fase é que se determina a eficácia do imunizante em combater a doença.

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Herança desastrosa

Desemprego do Governo Bolsonaro deixará sequelas para além da pandemia

Para Clemente Ganz Lúcio, desemprego, informalidade e precarização permanecerão em 2022.
Mariana Mainenti, portal Vermelho www.vermelho.org.br

 

Os elevados níveis de desemprego e de subocupação, atingidos pelo Brasil durante o Governo Bolsonaro, só poderão ser revertidos com uma virada na política econômica. Sob a cartilha do ministro Paulo Guedes, avesso à presença do Estado na economia, o mercado de trabalho chegou a um patamar de precarização em que o desenvolvimento do país ficou comprometido para além dos efeitos da pandemia.

O alerta é do sociólogo Clemente Ganz Lúcio, ex-diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), segundo o qual há postos sendo retomados agora, mas ainda em patamar de insegurança pelo nível da pandemia. No segundo trimestre de 2021, o desemprego ficou em 14,1% medido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“No ano que vem, como está sendo indicado um crescimento muito baixo da economia brasileira, vão permanecer o desemprego, a informalidade e a precarização elevada como características presentes na economia brasileira”, prevê o sociólogo.

Ele lembra que o Brasil passa por um longo período de desindustrialização, desde os anos 1990, processo que foi desacelerado apenas no Governo Lula, que trouxe a perspectiva de um projeto de desenvolvimento em que o Estado tinha um papel industrial: “Não é o caso do governo Bolsonaro. Mas, na América Latina, ou o governo faz isso ou não será o mercado que vai ditar uma economia exitosa desse tipo”.

Informalidade

Com a desindustrialização, os melhores postos de trabalho são atingidos, ocasionando perda de renda e de capacidade de consumo, o que rebate em outros empregos mobilizados pelo emprego industrial. “A pandemia se sobrepôs a essa dinâmica de baixo crescimento econômico e desindustrialização. E, como o impacto da crise sanitária foi bastante grande especialmente no setor de serviços, tende a ser agravado o problema da informalidade. A informalização somente não cresceu porque foram destruídos também postos de trabalho informais”, ressalva.

O especialista lembra que, embora o país tenha a categoria do Microempresário Individual (MEI) como instrumento para enfrentar a informalidade, os MEIs são postos de trabalho com baixa renda. “Não adianta ter MEI se a renda é tão baixa que a pessoa não consegue contribuir com a Previdência porque precisa usar essa renda para comer”, critica.

Falta de investimentos

Na opinião do ex-diretor técnico do Dieese, ainda que conforme a vacinação avance a tendência seja de que o desemprego se reduza, o país não conseguirá voltar ao patamar de postos de trabalho anterior à pandemia: “Algumas atividades não retomam. Vai depender da perspectiva econômica do Brasil daqui para a frente, mas o contexto político torna o cenário muito nebuloso e os investidores não têm segurança de fazer investimentos”.

Neste sentido, as sequelas deixadas pelo Governo Bolsonaro ao trabalhador brasileiro não serão curadas no curto-prazo. “A economia voltada para o investimento, a pesquisa em inovação, o adensamento da base industrial, puxam um setor de serviços mais dinâmico, mais moderno, de melhor qualidade. Esse ciclo mais estruturante propicia um mundo do trabalho mais protegido. Mas, sempre que é perdido o dinamismo industrial e, portanto, há um desincentivo a investimento em educação, o que se tem é o aumento da defasagem entre a tecnologia e a formação dos trabalhadores”, disse Ganz Lúcio. “É o que está acontecendo durante o Governo Bolsonaro. “As pessoas não investem em formação de ponta porque vão trabalhar como Uber. E, para reverter esse processo, apenas um mandato de governo não resolve: podem ser necessárias até duas décadas de política continuada”, estima.  

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O prazer da escrita

Crônica de número 10

Jéssica Barbosa* 

 

Segunda-feira, 20 de setembro de 2021. Hoje escrevo minha crônica de número dez. Engraçado, eu sempre me identifiquei com esse gênero textual, mas não passava pela minha cabeça que um dia o escreveria. 

Uma vez li na internet que o número dez representa ausência, mas também completude, perfeição e totalidade. O texto dizia que o número sozinho não carrega um simbolismo próprio, daí o fato de refletir a ausência. 

Então, trazendo isso para cá, pensei. “Qual o sentido de escrever sem ter quem leia?”. Eu quero que os meus pensamentos transformados em palavras sejam lidos e sentidos. Vocês leitores, curiosos, admiradores, críticos… fazem com que essa ausência não exista. 

Vocês tornam isso completo quando leem e se identificam com cada palavra escrita e também quando criticam e não concordam. Isso para mim representa a completude e a totalidade que o número significa. 

Quanto à perfeição... A gente sabe que ela não existe na escrita. Ainda mais quando você escreve diariamente ou semanalmente. Em alguns dias você escreverá com mais facilidade, as palavras vão se encaixar facilmente.

Já em outros, você terá dificuldade para concluir uma frase simples e vai ter certeza que não foi tão bem assim. Mas, paciência, é só a crônica de número 10, você ainda tem muito o que melhorar e aprender. 

E, pensando bem, quem sabe a partir de hoje o número dez não vire o meu número da sorte?

*Jornalista, cronista

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Por onde ir?

Olho a agenda e vejo que há muito serviço e pouco tempo. É preciso ser eficiente. O jeito é não perder o foco. Alguém de má dá alguma sugestão?

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Enfrentando o câncer


Novos testes genéticos livram
pacientes com câncer da quimioterapia

A médica Seema Doshi ficou chocada e apavorada quando descobriu um nódulo no seio que acabou sendo confirmado como cancerígeno.
Gina Kolata, do New York Times/O Globo


— Aquilo abalou meu mundo. Eu pensei: ‘É isso. Eu vou precisar fazer quimioterapia’ — diz a dermatologista de um consultório particular no subúrbio de Franklin, em Boston, nos Estados Unidos, que tinha 46 anos na época de seu diagnóstico.

Ela estava errada.

Seema foi beneficiária de uma revolução silenciosa no tratamento do câncer de mama, uma lenta redução no número de pessoas para as quais a quimioterapia é recomendada.

O tratamento quimioterápico foi considerado durante décadas "a regra, o dogma" para tratar o câncer de mama e outros cânceres, explica o médico Gabriel Hortobagyi, especialista em câncer de mama no Centro de Câncer MD Anderson, em Houston, nos Estados Unidos. Mas dados de várias fontes oferecem alguma confirmação do que muitos oncologistas dizem baseados em experiências pessoais — o método está em declínio para muitos pacientes.

Testes genéticos agora podem revelar se a quimioterapia de fato seria benéfica ou não. Para muitas pessoas, existem alternativas melhores, com uma gama cada vez maior de medicamentos, incluindo bloqueadores de estrogênio e medicamentos que destroem o câncer ao atacar proteínas específicas na superfície dos tumores. E há uma vontade crescente entre os oncologistas de reduzir os tratamentos que não ajudam.

O resultado poupa milhares de pacientes a cada ano do temido tratamento de quimioterapia, que envolve perda de cabelo, náusea, fadiga e potencial para causar danos permanentes ao coração e aos nervos das mãos e dos pés.

A diminuição da quimioterapia está acontecendo para outros tipos de câncer também, como câncer de pulmão — a causa mais comum de morte entre pacientes com câncer nos Estados Unidos, provocando mais de 69 mil óbitos por ano. Em segundo lugar, o câncer de mama é responsável por cerca de 43 mil mortes a cada ano no país.

Ainda assim, a oportunidade de evitar o tratamento quimioterápico não é oferecida em todos os lugares, e normalmente depende de onde o paciente é tratado e por quem.

Mas, para alguns pacientes que têm a sorte o suficiente para visitar determinados centros de tratamento de câncer, as características da terapia mudaram. Agora, mesmo quando a quimioterapia é recomendada, os médicos muitas vezes dão menos medicamentos e por menos tempo.

“É um mundo completamente diferente”, diz Lisa Carey, especialista em câncer de mama na Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

Robert Vonderheide, um especialista em câncer de pulmão na Universidade da Pensilvânia, também nos Estados Unidos, relembra seus primeiros dias no trabalho, há cerca de 20 anos:

— A grande discussão era se você dava aos pacientes dois tipos diferentes de quimioterapia ou três — diz o médico. Existiu até até um ensaio clínico para ver se quatro tipos de quimioterapia seriam melhores.

— Agora, nós estamos tratando até mesmo pacientes com câncer de pulmão avançado e dizendo a eles: “sem quimioterapia” — conta Vonderheide.

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Por que não há favelas na China?

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Bravatas

Só mesmo seguidores fanáticos acreditam nas bravatas de Bolsonaro acerca do preço dos combustíveis. Até quando?

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Conluio

Revelações na CPI dão conta de macabro conluio entre o governo e a Prevent Senior. Sintoma da grave doença bolsonarista que infecta o País.

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Precário

Defensores de uma hipotética candidatura do ex-juiz Sergio Moro reconhecem sua dificuldade de se expressar em público. A dificuldade maior, entretanto, está no conteúdo vazio de sua fala.

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28 setembro 2021

Arte é vida

 

Alfred Sisley



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Disputa acirrada

Dura concorrência digital. TikTok alcança um bilhão de usuários ativos em sua plataforma mensalmente. Uma a cada sete pessoas no mundo. Principalmente nos EUA, Europa e Brasil.

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Sem trabalho

O percentual de trabalhadores desocupados por 6 meses consecutivos (dois trimestres) no Brasil pulou de 47,3% no ano passado para 73,2% esse ano. E o presidente diz que “pior pode ficar”, né?

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Fotografia: Cena urbana

 

Helvio Polito*


*Advogado, ambientalista, fotógrafo
 . Veja: Mais do que nunca vale o diálogo sem preconceitos https://bit.ly/3kbDHqq


Pior

Como é mesmo!? Bolsonaro falou em reduzir preço dos combustíveis. Cinco horas após, o presidente da Petrobras, general Souza Luna, disse que a política de preços não mudará e que os valores estão defasados. Ou seja: vem mais aumento. E mais inflação e mais carestia.

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Nossas cores

Corretíssimo o uso do hino nacional e das cores verde e amarela - junto com as cores dos partidos e organizações dos movimentos sociais - nas manifestações de oposição sábado próximo. Frente ampla em defesa da democracia e da nação.

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Vitória da democracia

Congresso Nacional rejeita veto de Bolsonaro às federações partidárias

Senadores e deputados, por ampla maioria, reunidos em sessão do Congresso Nacional, sepultaram de vez o veto de Bolsonaro ao projeto das federações partidárias. Maioria das lideranças realçou o caráter modernizante da lei e um passo importante no processo democrático
Portal Vermelho

 

Reunido em sessão do Congresso Nacional, o Senado Federal derrubou, na noite desta segunda-feira (27), o veto presidencial às federações partidárias. Foram 45 votos contra o veto e 25 favoráveis. O mínimo exigido para derrotar a oposição do Palácio do Planalto ao PLS 477/15 eram 41 votos.

Em seguida, o veto integral ainda foi apreciado no plenário Câmara dos Deputados, que também se opôs à oposição presidencial ao projeto de lei (PL 2.522/15) que foi aprovado pela Casa em agosto.

Como o destaque ao veto apresentado pelo PP foi retirado, o veto 49/21 foi chancelado em globo, e derrubado pelos deputados, por 353 votos a 110 e 5 abstenções. Desse modo, o texto vai à promulgação.

Federação longeva

No Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), um estudioso de matérias dessa natureza, fez uma defesa enfática do projeto, ao afirmar que “diferente das coligações, a federação é consistente em razão da lógica programática que deverá imperar entre os partidos federados”.

“Quando nós aprovamos a cláusula de barreira, nós queríamos e queremos uma democracia forte, consolidada, em que o presidente da República, seja ele qual for — de esquerda ou de direita, ou atual ou ex-presidente ou um futuro presidente de uma terceira via —, não importa, tenha condições de governar o país sem o chamado presidencialismo de coalizão, do fisiologismo, do toma lá, dá cá”, defendeu a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que preside a Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN) também reagiu à argumentação de alguns senadores de que o projeto das federações serviriam para “burlar” as coligações proporcionais rejeitadas pelo próprio Senado última semana.

“São coisas totalmente diferentes”, explicou, pois, “enquanto as coligações serviriam a alianças eleitorais pontuais, com resultados adversos aos pretendidos pelo eleitor, as federações são perenes e ajudam a enxugar o quadro partidário, além de ser um importante instrumento de modernização de nossa legislação”, sentenciou. O senador fez referência a vários países que adotam as federações e que evoluíram em seus sistemas partidários democráticos.

José Aníbal, do PSDB de São Paulo, também encaminhou favoravelmente à derrubada do veto, “por se tratar de um projeto que aperfeiçoa o sistema democrático, incentivando as alianças programáticas”.

Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) lembrou que “o Senado Federal, em votação simbólica, aprovou esse mesmo projeto há seis anos atrás, o que se repetiu na Câmara” e ressaltou “o avanço que a matéria representa para o fortalecimento do sistema partidário brasileiro e sua legitimidade junto aos eleitores”.

Da mesma forma, na Câmara, vários parlamentares saíram na defesa da derrubada do veto, de praticamente todos os partidos. Marcelo Freixo (PSB-RJ) acentuou “o caráter democrático do projeto” e um “passo a mais que representa na evolução da democracia brasileira”.

Líder da Minoria, Freixo também defendeu a criação das federações, que, para ele, não serão beneficiadas as chamadas “legendas de aluguel”, mas partidos com uma atuação e objetivos em comum.

“O grande problema da coligação é que é uma burla: você termina com ela depois, e aquela pessoa foi eleita por alguma coisa que você não sabe dizer o que era. A federação, não. Ela vale para o Brasil inteiro, vale para o mandato inteiro. Você não pode desfazer, e você apresenta um programa, com que o eleitor vai se identificar”, argumentou.

Segundo o deputado Enrico Misasi (SP, líder do PV na Câmara, a derrubada do veto possibilita que partidos com consistência ideológica “possam permanecer, unindo-se em todos os âmbitos da federação nacional, estadual e municipal com caráter programático, fazendo assim com que a democracia se fortaleça”.

“Quero ressaltar a importância de derrubarmos o veto da federação. Diferentemente da coligação, ela tem princípios, une partidos que são ideologicamente parecidos. Por isso, derrubar o veto é uma oportunidade de diminuir o quadro partidário, mas dá condições de sobrevivência a todos aqueles que têm programas ideológicos”, destacou o deputado Alex Manente (SP), líder do Cidadania.

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), no entanto, destacou que as federações são exemplos de sucesso em outros países democráticos, como Uruguai e Alemanha. “O Uruguai tem adotado a frente ampla, com vários partidos se organizando em torno de um objetivo comum. Na Alemanha, agora, Angela Merkel deixa, depois de 15 anos, o governo”, apontou. Ela lembrou que a federação tem caráter programático, diferente das coligações.

Luciana Santos: noite histórica e simbólica

A presidenta nacional do PCdoB, vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, considerou a noite histórica e simbólica para a democracia, em sua conta no Twitter. “Numa noite histórica, o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Bolsonaro às Federações Partidárias. E para tornar esse momento ainda mais simbólico, se propõe nomear a lei em homenagem a nosso querido Haroldo Lima, incansável defensor da Democracia”.

Luciana explicou que o PCdoB se empenhou, com sua Bancada na Câmara dos Deputados, sob a liderança de Renildo Calheiros (PCdoB-PE), em conjunto com um amplo leque de legendas, pela aprovação da Federação de partidos. “E atuamos assim porque temos certeza que esse modelo fortalece a democracia e o pluralismo político”, disse.

Ela parabenizou as/aos parlamentares por essa importante decisão. “Agradeço pelo debate respeitoso que tivemos, com todas as forças políticas, nesse período. E parabenizo em especial essa bancada gigante do PCdoB, pequenina e com o olhar sempre nos Andes. Viva a Democracia! Viva o PCdoB!”

Renildo Calheiros: sem imposição

A federação “não é imposta a ninguém; só fará a federação quem pretender usá-la”, disse o líder do PCdoB na Câmara, Renildo Calheiros (PE), um dos mais entusiastas defensores do projeto vetado por Bolsonaro, que acompanhou a sessão do Senado e da Câmara ao lado de toda bancada do partido e da presidenta nacional da legenda, Luciana Santos. 

“Foi uma caminhada de muito tempo e, felizmente, vitoriosa”, disse o líder do partido, deputado Renildo Calheiros. Ele ressaltou que a promulgação precisa ser feita antes do dia 2 de outubro para a norma ser aplicada nas eleições de 2022.

Renildo acrescentou: “Quem faz a federação, presidente, provavelmente não sai mais. Ela é uma espécie de pré-fusão; ela é a antessala da fusão, porque, se você sai, perde o fundo partidário, perde o fundo eleitoral, perde o funcionamento parlamentar e perde o chamado direito de antena, que é o tempo de rádio e de televisão. É óbvio que ninguém vai sair ao entrar na federação.”

Coligação x Federação

“Em primeiro lugar, federação e coligação não tem nada a ver. Coligação pertence à legislação eleitoral. Federação pertence ao sistema partidário. São coisas distintas ao sistema partidário”, esclareceu Renildo, na tribuna da sessão no Senado.

“São coisas distintas, não têm relação uma com a outra”, acrescentou

“Esse projeto de federação dá à federação um caráter nacional. Você forma a federação nacionalmente, e ela prevalece em todo o País, em todos os Estados, em todos os municípios.”

A federação partidária nada tem a ver com a coligação. A coligação, presidente, pode ser feita entre partidos de campos políticos diferentes, partidos que têm programas muito distantes”, asseverou.

Afinidade e convergência programáticas

“Como partidos irão conviver quatro anos pelo menos nas câmaras de vereadores, nas assembleias legislativas, na Câmara dos Deputados, no Senado Federal se eles não tiverem afinidade programática?”

“Como eles irão conviver durante todo esse tempo se eles não tiverem afinidade política? Inclusive na eleição de prefeito, daqui a dois anos, esses partidos que se federaram funcionarão como um único partido, terão que ter um único candidato a prefeito”, defendeu o líder do PCdoB.

“Então, vejam, não tem nada a ver com a coligação. E eu diria mais: a federação é uma maneira de você enxugar o quadro partidário pelo aspecto positivo, porque você estimula, você incentiva a convergência programática e a convergência política.”

Conteúdo do projeto

O texto que vai ser transformado em lei federal permite que dois ou mais partidos se unam para atuar como agremiação partidária.

Originário do Senado, o projeto também foi aprovado pelos deputados, em agosto, mas acabou vetado integralmente pelo presidente Jair Bolsonaro.

O chefe do Executivo federal vetou totalmente a proposta sob justificativa rala, que “a referida proposição contraria o interesse público, visto que inauguraria um novo formato com características análogas à das coligações partidárias”.

O que é, evidentemente, falso, pois, coligação e federação têm caráter distinto

Segundo a proposta, só poderão integrar a federação partidos com registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Os partidos reunidos em federação são obrigados a permanecer agrupados pelo prazo mínimo de uma legislatura, que corresponde a 4 anos, podendo ser constituída até a data final das convenções partidárias.

Lei Haroldo Lima

Ao final da votação na Câmara dos Deputados, vários deputados da bancada do PCdoB, ao lado de Luciana Santos, resgataram o papel do ex-deputado federal e dirigente do partido, Haroldo Lima, que, ainda na década de 90, articulou um projeto semelhante ao das federações partidárias, dentro do propósito de fortalecer a democracia no país.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) sugeriu dar à lei que cria a federação partidária o nome de Haroldo Lima, ex-deputado do partido que faleceu de Covid-19 em março deste ano. “Foi Haroldo Lima quem começou a luta pela construção das federações partidárias, que chamava de frente de partidos”, disse.

“Não tenho a menor dúvida de que este debate acabou se confundindo com a bancada do PCdoB, mas será um instrumento para ampliação da democracia ao produzir convergência de partidos políticos por identidade programática”, disse Silva.

Renildo, o líder, também fez um agradecimento aos presidentes das duas casas, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (PP-AL), bem como ao presidente dos trabalhos, Marcelo Ramos, por terem assegurado a realização da sessão do Congresso Nacional que analisou o veto ao projeto das federações partidárias e outros importantes vetos que foram derrubados pelo Parlamento.

Com informações da Hora do Povo, da Liderança do PCdoB e da Câmara dos Deputados

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