No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
O acordo militar
O acordo militar que irá propiciar ao Brasil a aquisição de helicópteros, submarinos convencionais, além da construção de outros com propulsão nuclear, e possivelmente de caças da categoria Rafale, é uma notícia muito importante, até porque é o maior acordo desse gênero assinado pelo país desde a Segunda Guerra Mundial.
Ele prevê também a transferência completa de tecnologia militar por parte da França para a fabricação em território nacional das unidades a serem adquiridas, o que é um item fundamental em pactos desse tipo porque implica autonomia ilimitada à nação compradora, no caso o Brasil.
Esse acordo que custará uma grande fortuna ao Estado brasileiro ainda é, na verdade, insuficiente às necessidades de defesa e à garantia da integridade do território nacional porque o país possui dimensões continentais, fronteiras marítimas e terrestres de igual magnitude.
Nós vivemos em uma época de um mundo globalizado, mas de crescente disputa entre os assuntos que acarretam cada vez mais a reafirmação da soberania das nações, ao contrário da intensa propaganda que nos empurra a grande mídia internacional.
Assim, não se pode cometer o crime contra a nação de abandonar à cobiça indisfarçável das grandes potências os nossos espaços territoriais, as nossas gigantescas reservas petrolíferas, que já são, diga-se de passagem, alvo de interferências multilaterais há vários anos.
Essas intromissões, conhecidas, escondem-se por trás de gestões em assuntos de alta relevância e de motivos humanitários, ambientais e éticos, como a defesa das nações indígenas, e também por intermédio de certas ONGs umbilicalmente ligadas e financiadas por potências estrangeiras.
Mas quem quiser que se iluda com as preocupações tardias e falsas de quem destruiu e destrói as florestas, com ou sem as bombas de napalm, dos que provocaram genocídios étnicos em indígenas de seus próprios territórios e ainda continuam provocando muitos estragos pelo mundo afora.
A tentativa de conquistar a Amazônia por parte de certas potências mundiais adquiriu um novo significado estratégico. Pelas suas riquezas minerais, o quase infindável manancial biotecnológico, ambiental, quanto pelas possibilidades de um novo tipo de desenvolvimento econômico sustentável para a humanidade.
Por tudo isso e muito mais, o acordo militar com a França deve ser muito bem vindo. Será um passo significativo na luta permanente pela nossa independência real.
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