Fim da lua
de mel: cai expectativa de crescimento do Brasil para 2019
Pela primeira vez no
ano, economistas de instituições financeiras reduziram a estimativa de alta do
PIB para – abaixo da marca de 2%
Jornal
GGN
Pela primeira vez no ano, economistas de instituições financeiras
reduziram a estimativa de alta do PIB para – abaixo da marca de 2%. A queda na
previsão de crescimento acompanha uma tendência observada nos últimos boletins
Focus, realizados pelo Banco Central semanalmente. Especialistas explicam o que
pode estar por trás do pessimismo.
Para o economista
do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE FVG),
Marcel Balassiano, a piora no humor do mercado pode ser explicada pelos
resultados macroeconômicos do último trimestre de 2018 e do primeiro em 2019,
que trouxeram indicadores abaixo do esperado. Ele também acredita que a
possibilidade de desidratação da reforma da previdência no Congresso tem
impacto direto no pessimismo.
“Após o período eleitoral, os índices de confiança apresentaram
tendência de alta e as variáveis do mercado financeiro ensaiaram
trajetória de crescimento. A FGV pondera a situação atual e a expectativa para
o futuro. Essa melhoria da confiança está ligada a expectativas e não a mudança
de fato no cenário estabelecido. Só que os problemas do governo — como a
briga entre o presidente e o Rodrigo Maia — levam a uma incerteza maior e
a uma diminuição da confiança”, pondera o economista. No mês de março, o
Índice de Confiança Empresarial (ICE) metrificado pela FGV caiu para o menor
nível desde outubro de 2018.
Marcel ressalta que, até que a reforma seja aprovada, a
oscilação na expectativa e na bolsa serão comuns. Para ele, o mercado reage
muito mais rápido à movimentação política que a economia porque tenta
precificar ganhos e perdas. Assim, “o timing de como vai acontecer a votação da
reforma, as mudanças que ocorrerão ou não, tudo isso vai ditar o rumo nos
próximos meses principalmente em relação ao mercado financeiro e na confiança e
projeções do empresariado”.
“No fim das contas, a grande questão para 2019 seja talvez não
econômica, mas sim política. Da reforma da previdência depende um crescimento
mais forte ou não no futuro”, avalia.
Economista-chefe da Porto Seguro Investimentos, José Penna
concorda, destacando que “embora haja convicção de que a reforma será aprovada,
duas questões permanecem: o prazo e o nível de economia fiscal após a
tramitação, já que há expectativa de diluição da economia originalmente
pretendida” pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes.
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