China realizou o maior feito da
história humana
A ciência teve papel
fundamental na eliminação da pobreza extrema no país
Elias Jabour, portal
Vermelho
Não são poucos os analistas que ao discursarem sobre o crescimento
econômico chinês nos últimos 40 anos o designam de “milagre chinês”. Este mesmo
tipo de observação coube à época em que países como o Japão e o Brasil
mantiveram, por largos períodos de tempo, altas performances econômicas. Todos
já ouviram falar de “milagre japonês” ou do “milagre econômico brasileiro”.
Enfim, até aqui nenhuma novidade explicativa, apenas ilustrações sobre as
reações generalizadas a respeito de um fenômeno que não se encontra explicação
teórica fácil. Na verdade, o termo “milagre” é uma forma de se referir a algo
cujas teorias não nos entregam explicação em sua totalidade.
Mas seria mesmo o crescimento econômico chinês um “milagre” ou melhor, o
resultado derivado dele, sim, poderia em uma primeira vista ser chamado de
“milagre”? Sim, o crescimento econômico médio acima de 9% nas últimas quatro
décadas é feito sem precedentes na história das grandes nações. Mas o que torna
a China diferente não é somente esse fato, mas sim, a forma como esse
crescimento econômico atingiu diretamente a vida de mais de um bilhão de
pessoas. Para exemplificar, o “milagre econômico brasileiro” foi seguido por
grande endividamento externo e concentração de renda. Já o crescimento
econômico chinês proporcionou o maior feito da história humana em séculos: a
superação da pobreza extrema em um país das dimensões populacionais,
vicissitudes geográficas e com uma história recente muito particular.
Evidente
que uma explicação deste feito passou pela manutenção de taxas expressivas de
crescimento econômico por um longo período. Este crescimento transformou-se em
desenvolvimento econômico na medida em que ele foi combinado com uma
planificação de todos os passos do processo. Ao contrário do Brasil onde o
“milagre econômico” levou a um processo desordenado de urbanização seguida por fenômenos
de caráter social cuja causa residiu justamente na falta de planificação.
Na China a agricultura camponesa, e sua transformação em agricultura de
grande escala é objeto de atenção especial do governo. Dada as difíceis
condições geográficas do país (mais da metade do território chinês é composto
por montanhas e desertos) a recomposição da agricultura de porte familiar
orientada ao mercado foi constituída mediada pela abertura de mercados
proporcionada por imensos investimentos em infraestruturas em todos os níveis.
A planificação da abertura de novos mercados rurais é um ponto fundamental à
compreensão deste processo.
Outro elemento que agregamos ao debate sobre a eliminação da pobreza
extrema na China como o maior feito da história humana está no socialismo se
reproduzir enquanto forma histórica como expressão da transformação da razão
humana em instrumento de governo. Em outras palavras, a China é uma das únicas
sociedades humanas onde a ciência não é somente uma forma de apoio ao governo e
empresas. Não. A China é uma nação e sociedade guiadas pela ciência. Essa
ciência pode ser observada não somente na planificação da economia, mas
principalmente nos grandes projetos que o país executa, entre eles o de
expansão das linhas ferroviárias de alta velocidade a utilização de plataformas
como a Inteligência Artificial para fins de melhoria das condições de vida do
povo.
Neste ponto onde a ciência joga papel fundamental na governança da China
é que podemos entrar mais fundo no verdadeiro “milagre” chinês. O país conta
com um corpo de pelo menos dois milhões de engenheiros, economistas e
profissionais de alto nível voltados à elaboração e execução de grandes
projetos. Trata-se de um trabalho delicado, pois ao mesmo tempo em que o país
tem demandas por catching-up tecnológico, também precisou
gerar 13 milhões de empregos urbanos por ano na última década. O trabalho deste
corpo de cientistas foi fundamental no combate à pobreza extrema no país.
A transição planificada de uma agricultura baseada na produção familiar
para outra com maior escala de produção foi acompanhada pela planificação e
abertura de novos campos de acumulação nas grandes cidades. Esse foi um ponto
fundamental à estratégia chinesa de eliminar a pobreza e garantir trabalho
digno para mais de 130 milhões de camponeses que migraram do campo para a
cidade. No Brasil e na Índia, a título de exemplo, esse movimento ocorreu de
forma não planificada incorrendo em desequilíbrios e tensões sociais de grande
monta.
A ciência explicativa para este grande feito que a China entregou à
humanidade tem como base as categorias e conceitos relacionados à planificação
econômica, tendo como base a política e objetivos estratégicos claros. De fato,
a eliminação da pobreza extrema na China é o maior feito da história da
humanidade. Uma vitória do socialismo que tem a ciência seu principal
instrumento de governo. (Artigo produzido em
colaboração com o Grupo de Mídia da China.)
.
Veja:
Para entender a crise mundial que atinge o Brasil https://bit.ly/3jsdHIs
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