Segundo turno é outra eleição
Luciano Siqueira
Anunciados os resultados de domingo, e o mapa das eleições no segundo turno em algumas capitais e dezenas de cidades de grande e média importância, de pronto instalou-se uma Babel na mídia dominante — como se o fenômeno não fosse conhecido desde a redemocratização.
Em diversos
veículos, a TV, sobretudo, revezam-se jornalistas ditos especializados e
cientistas políticos atuantes na academia.
Nenhum
preconceito com estudiosos do mundo acadêmico que se debruçam sobre o fenômeno
eleitoral. Mas é incrível como surgem palpites de toda ordem. Fora da
realidade.
Logo cedo, no
rádio, escutei uma cientista política dizer que os litigantes da próxima rodada
em Olinda, Pernambuco, terão que enfrentar uma provável abstenção de certa
monta (sic) entre o eleitorado da terceira colocada na disputa, de direita.
Ora, a
experiência demonstra que o segundo turno é outra eleição e, no caso
brasileiro, onde os partidos na grande maioria não são programáticos e têm base
eleitoral fluida, não há uma relação estreita entre a performance de candidatos
derrotados e seus eleitores.
Em 48 horas a maioria
dessa parcela de votantes já se inclina por um dos dois litigantes na segunda
rodada.
Mesmo no caso
da capital paulista, em que as candidaturas mais competitivas assumiram cores
políticas bem definidas, não é adequado supor uma soma automática entre os
eleitores do prefeito Ricardo Nunes e do terceiro colocado, Pablo Marçal, ambos
de direita e identificados ou próximos do bolsonarismo. Em três semanas,
Guilherme Boulos pode vir a suplantar o aniversário.
Depende do
transcurso da campanha.
Veremos.
Leia mais sobre o segundo turno: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/10/editorial-do-vermelho_8.html
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