O deputado Inocêncio oliveira é o presidente estadual do PR. Ele é um político essencialmente interiorano, porém conta com correligionários do seu partido na cena política da capital. Tem muito valor a opinião que expressa hoje na Folha de Pernambuco.
Para Inocêncio, não será taticamente conveniente nos unirmos no primeiro turno em torno de um a única candidatura, tendo em vista a correlação de forças que se desenha. O PR pode, inclusive, ter candidato – e o nome ventilado é o d deputado estadual Alberto Feitosa.
Um reforço à tese da multiplicidade de candidatura, que precisa ser considerado.
A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
03 dezembro 2007
02 dezembro 2007
Recife 2008: Pesquisa AssociadosData/Diário de Pernambuco estimula pré-candidatura do PCdoB
A primeira pesquisa autorizada pelo TRE (as anteriores, divulgadas nos blogs locais tinham um caráter particular) permite análises sob diversos ângulos, cotejados todos os seus detalhes. Abaixo algumas observações preliminares.
Prematura, porém reveladora - A pesquisa AssociadosData/Diário divulgada neste domingo pelo Diário de Pernambuco vale muito mais pela insinuação de tendências do que pelos percentuais em si, atribuídos a cada pré-candidato. Isto porque ainda é cedo para medir as inclinações do eleitorado por este ou aquele nome, quando apenas as candidaturas oposicionistas parecem definidas e o bloco de forças reunidas em torno do governo João Paulo ainda não se acertou.
Assim, quando o eleitor é chamado a manifestar-se sobre os candidatos Mendonça Filho (DEM), Carlos Eduardo Cadoca (PSC), Raul Henry (PMDB) e mesmo Raul Jungmann (PPS) está diante de postulantes em campanha. O mesmo não ocorre em relação às pré-candidaturas do PT (João da Costa, Pedro Eugênio e Maurício Rands) e a nossa pré-candidatura pelo PCdoB. Em nosso caso, estamos ainda numa fase preliminar, na qual nossa conduta tem sido relativamente discreta.
De toda sorte cabe considerar os números com atenção, pois são reveladores de tendências.
Disputa acirrada – A primeira constatação, óbvia, mas que alguns subestimam, é a de que as candidaturas de oposição são potencialmente fortes. O somatório das quatro constantes na pesquisa – Mendonça Filho, 27%; Carlos Eduardo Cadoca 12%; Raul Henry, 8% e Raul Jungmann 6% - é mais do que o triplo dos governistas juntos – João da Costa e Luciano Siqueira, ambos com 5%, e Silvio Costa Filho com 3%. Eriberto Medeiros (PTC)m com 2% e Clóvis Correia (PSDC), com 1% não têm marca definida, nem de oposicionistas nem de governistas.
É evidente que, uma vez definidas as candidaturas governistas, elas tendem a crescer e a se aproximarem dos elevados índices de aprovação do nosso governo, refletindo a tradição de disputas polarizadas na cidade.
O nome do PCdoB aparece bem – tendo em conta a fase preliminar de construção da pré-candidatura do PCdoB, que procura se situar politicamente bem, recolher apoios aos argumentos que a justificam e atrair simpatias nos séculos políticos e junto aos chamados formadores de opinião (ainda não promoveu iniciativas mais amplas), nosso surge com potencialidade nas quatro simulações feitas.
Na primeira, aparecemos empatados com o secretário João Costa (PT) com 5%. Quando o nome do PT é o deputado Mauricio Rands (que tem 2%), ganhamos um ponto percentual, e ficamos em 6%. O mesmo acontece, isto é, alcançamos 6%, quando a hipótese de candidatura petista é a do deputado Pedro Eugênio (1%) ou o ex-ministro Humberto Costa, que não é pré-candidato, que aparece com 5%.
Na pesquisa espontânea, informa o Diário de Pernambuco, Mendonça Filho aparece com 8% das intenções de votos, contra 3% de Cadoca, 3% de Raul Henry, 2% de João da Costa e 2% de Luciano Siqueira. Raul Jungmann, Eriberto Medeiros, Maurício Rands e Humberto Costa somam 1% das intenções de votos cada um.
Disso se deve inferir que a tese de mais de uma candidatura bloco governista para explorar diferentes potencialidades eleitorais faz sentido. Tem base real. Essa é a opinião externada pelo PMN, pela voz do deputado Sílvio Costa, admitida recentemente pelo PSB em declaração do vereador João Arraes e agora pelo PR, através do deputado Inocêncio Oliveira; e consta da resolução política da Conferência Municipal do PCdoB, realizada há quinze dias.
Cenário se definirá após o Carnaval – Todos os partidos se preparam intensamente para o pleito, porém a abertura de conversações sobre candidaturas e alianças só acontecerá a partir de janeiro. Principalmente no que se refere ao bloco governista, que envolve PT, PCdoB, PSB, PDT, PTB, PR, PMN e outras legendas. E só após o Carnaval é que o cenário estará completo e se saberá exatamente quantos quais candidatos participarão da peleja de ambos os lados.
Aí, sim, as pesquisas poderão aferir com mais clareza as preferências iniciais do eleitorado.
Fotos: pela ordem, Mendonça Filho, Cadoca; Luciano Siqueira, João da Costa.
Prematura, porém reveladora - A pesquisa AssociadosData/Diário divulgada neste domingo pelo Diário de Pernambuco vale muito mais pela insinuação de tendências do que pelos percentuais em si, atribuídos a cada pré-candidato. Isto porque ainda é cedo para medir as inclinações do eleitorado por este ou aquele nome, quando apenas as candidaturas oposicionistas parecem definidas e o bloco de forças reunidas em torno do governo João Paulo ainda não se acertou.
Assim, quando o eleitor é chamado a manifestar-se sobre os candidatos Mendonça Filho (DEM), Carlos Eduardo Cadoca (PSC), Raul Henry (PMDB) e mesmo Raul Jungmann (PPS) está diante de postulantes em campanha. O mesmo não ocorre em relação às pré-candidaturas do PT (João da Costa, Pedro Eugênio e Maurício Rands) e a nossa pré-candidatura pelo PCdoB. Em nosso caso, estamos ainda numa fase preliminar, na qual nossa conduta tem sido relativamente discreta.
De toda sorte cabe considerar os números com atenção, pois são reveladores de tendências.
Disputa acirrada – A primeira constatação, óbvia, mas que alguns subestimam, é a de que as candidaturas de oposição são potencialmente fortes. O somatório das quatro constantes na pesquisa – Mendonça Filho, 27%; Carlos Eduardo Cadoca 12%; Raul Henry, 8% e Raul Jungmann 6% - é mais do que o triplo dos governistas juntos – João da Costa e Luciano Siqueira, ambos com 5%, e Silvio Costa Filho com 3%. Eriberto Medeiros (PTC)m com 2% e Clóvis Correia (PSDC), com 1% não têm marca definida, nem de oposicionistas nem de governistas.
É evidente que, uma vez definidas as candidaturas governistas, elas tendem a crescer e a se aproximarem dos elevados índices de aprovação do nosso governo, refletindo a tradição de disputas polarizadas na cidade.
O nome do PCdoB aparece bem – tendo em conta a fase preliminar de construção da pré-candidatura do PCdoB, que procura se situar politicamente bem, recolher apoios aos argumentos que a justificam e atrair simpatias nos séculos políticos e junto aos chamados formadores de opinião (ainda não promoveu iniciativas mais amplas), nosso surge com potencialidade nas quatro simulações feitas.
Na primeira, aparecemos empatados com o secretário João Costa (PT) com 5%. Quando o nome do PT é o deputado Mauricio Rands (que tem 2%), ganhamos um ponto percentual, e ficamos em 6%. O mesmo acontece, isto é, alcançamos 6%, quando a hipótese de candidatura petista é a do deputado Pedro Eugênio (1%) ou o ex-ministro Humberto Costa, que não é pré-candidato, que aparece com 5%.
Na pesquisa espontânea, informa o Diário de Pernambuco, Mendonça Filho aparece com 8% das intenções de votos, contra 3% de Cadoca, 3% de Raul Henry, 2% de João da Costa e 2% de Luciano Siqueira. Raul Jungmann, Eriberto Medeiros, Maurício Rands e Humberto Costa somam 1% das intenções de votos cada um.
Disso se deve inferir que a tese de mais de uma candidatura bloco governista para explorar diferentes potencialidades eleitorais faz sentido. Tem base real. Essa é a opinião externada pelo PMN, pela voz do deputado Sílvio Costa, admitida recentemente pelo PSB em declaração do vereador João Arraes e agora pelo PR, através do deputado Inocêncio Oliveira; e consta da resolução política da Conferência Municipal do PCdoB, realizada há quinze dias.
Cenário se definirá após o Carnaval – Todos os partidos se preparam intensamente para o pleito, porém a abertura de conversações sobre candidaturas e alianças só acontecerá a partir de janeiro. Principalmente no que se refere ao bloco governista, que envolve PT, PCdoB, PSB, PDT, PTB, PR, PMN e outras legendas. E só após o Carnaval é que o cenário estará completo e se saberá exatamente quantos quais candidatos participarão da peleja de ambos os lados.
Aí, sim, as pesquisas poderão aferir com mais clareza as preferências iniciais do eleitorado.
Fotos: pela ordem, Mendonça Filho, Cadoca; Luciano Siqueira, João da Costa.
Crônica do domingo
O cajueiro
Rubem Braga
O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância: belo, imenso, no alto do morro, atrás de casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu.
Eu me lembro do outro cajueiro que era menor, e morreu há muito mais tempo. Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá-manga, da grande touceira de espadas-de-são-jorge (que nós chamávamos simplesmente “tala”) e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos canteiros de flores humildes, “beijos”, violetas. Tudo sumira; mas o grande pé de fruta-pão ao lado de casa e o imenso cajueiro lá no alto eram como árvores sagradas protegendo a família. Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o telhado das casas do outro lado e os morros além, sentir o leve balanceio na brisa da tarde.
No último verão ainda o vi; estava como sempre carregado de frutos amarelos, trêmulo de sanhaços. Chovera; mas assim mesmo fiz questão de que Carybé subisse o morro para vê-lo de perto, como quem apresenta a um amigo de outras terras um parente muito querido.
A carta de minha irmã mais moça diz que ele caiu numa tarde de ventania, num fragor tremendo pela ribanceira; e caiu meio de lado, como se não quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa. Diz que passou o dia abatida, pensando em nossa mãe, em nosso pai, em nossos irmãos que já morreram. Diz que seus filhos pequenos se assustaram; mas depois foram brincar nos galhos tombados.
Foi agora, em setembro. Estava carregado de flores.
Rubem Braga
O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância: belo, imenso, no alto do morro, atrás de casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu.
Eu me lembro do outro cajueiro que era menor, e morreu há muito mais tempo. Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá-manga, da grande touceira de espadas-de-são-jorge (que nós chamávamos simplesmente “tala”) e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos canteiros de flores humildes, “beijos”, violetas. Tudo sumira; mas o grande pé de fruta-pão ao lado de casa e o imenso cajueiro lá no alto eram como árvores sagradas protegendo a família. Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o telhado das casas do outro lado e os morros além, sentir o leve balanceio na brisa da tarde.
No último verão ainda o vi; estava como sempre carregado de frutos amarelos, trêmulo de sanhaços. Chovera; mas assim mesmo fiz questão de que Carybé subisse o morro para vê-lo de perto, como quem apresenta a um amigo de outras terras um parente muito querido.
A carta de minha irmã mais moça diz que ele caiu numa tarde de ventania, num fragor tremendo pela ribanceira; e caiu meio de lado, como se não quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa. Diz que passou o dia abatida, pensando em nossa mãe, em nosso pai, em nossos irmãos que já morreram. Diz que seus filhos pequenos se assustaram; mas depois foram brincar nos galhos tombados.
Foi agora, em setembro. Estava carregado de flores.
Este nosso cérebro otimista
Ciência Hoje On-line:
Pesquisa ajuda a entender a misteriosa tendência que temos a criar imagens positivas do futuro
. A pesquisa obteve dados interessantes: primeiro, os eventos futuros positivos imaginados foram avaliados pelos participantes como mais positivos do que os eventos passados que deixaram boas lembranças. Além disso, os eventos futuros positivos eram sempre imaginados mais próximos do presente do que os negativos, e do que os eventos passados felizes. Em outras palavras: nossa expectativa do futuro é mais cor-de-rosa do que a avaliação do passado, e tendemos a achar que esse róseo futuro está para acontecer, enquanto os eventos negativos demorarão a ocorrer e o passado passou há muito tempo!
. As imagens funcionais do cérebro dos participantes indicaram sempre o envolvimento das mesmas regiões da parte mais frontal do córtex cerebral, e também de um setor localizado na parte inferior do encéfalo, chamado amígdala. Coerentemente, o sinal que mede o grau de atividade cerebral era mais alto para os eventos futuros positivos, em comparação com os futuros negativos e com os eventos passados de qualquer tipo.
. De qualquer modo, otimismo e pessimismo são duas faces da mesma moeda, isto é, correspondem ao peso emocional que damos às nossas perspectivas futuras. Nem tanto ao mar nem tanto à terra, diz o senso comum. Com razão, pois tanto o otimismo como o pessimismo em doses excessivas comprometem a avaliação realista do futuro.
Estilhaços da crise americana
No Vermelho, por Sérgio Barroso:
. "...pesquisadores apontam várias causas que poderiam levar a uma crise financeira global, de grandes proporções - que em verdade não pode ser afastada do horizonte. Entre elas estariam: a) a redução drástica das receitas dos bancos que operam nos EUA (forte aperto no crédito); b) registra-se uma queda expressiva do valor dos ativos em posse desses mesmos bancos nos Estados Unidos; c) uma fragilização crescente na confiança das grandes seguradoras; e, d) o que o economista liberal Martin Wolf denominou de inevitável, a partir de 2008, na economia estadunidense: uma “recessão do crescimento”.
. Leia o artigo na íntegra http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=29152
. "...pesquisadores apontam várias causas que poderiam levar a uma crise financeira global, de grandes proporções - que em verdade não pode ser afastada do horizonte. Entre elas estariam: a) a redução drástica das receitas dos bancos que operam nos EUA (forte aperto no crédito); b) registra-se uma queda expressiva do valor dos ativos em posse desses mesmos bancos nos Estados Unidos; c) uma fragilização crescente na confiança das grandes seguradoras; e, d) o que o economista liberal Martin Wolf denominou de inevitável, a partir de 2008, na economia estadunidense: uma “recessão do crescimento”.
. Leia o artigo na íntegra http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=29152
01 dezembro 2007
História: 1 de dezembro de 1833
O presidente da província de Alagoas queixa-se dos papaméis, quilombolas-guerrilheiros, da área de Porto Calvo: "Mais se assemelham a uma horda de antropófagos". (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Bom dia, Joaquim Cardoso
Soneto somente
Nasci na várzea do Capibaribe
De terra escura, de macio turvo,
De luz dourada no horizonte curvo
E onde, a água doce, o massapé proíbe
Sua presença para mim se exibe
No seu ar sereno que inda hoje absorvo,
E nas noites com negridão de corvo,
Antes que ao porto do céu arribe
A lua assim só tenho essa planície...
Pois tudo quanto fiz foi superfície
De inúteis coisas vãs, humanamente.
De glórias e de alturas e de universos
Não tenho o que dizer nestes meus versos:
- Nessa várzea nasci, nasci somente.
Nasci na várzea do Capibaribe
De terra escura, de macio turvo,
De luz dourada no horizonte curvo
E onde, a água doce, o massapé proíbe
Sua presença para mim se exibe
No seu ar sereno que inda hoje absorvo,
E nas noites com negridão de corvo,
Antes que ao porto do céu arribe
A lua assim só tenho essa planície...
Pois tudo quanto fiz foi superfície
De inúteis coisas vãs, humanamente.
De glórias e de alturas e de universos
Não tenho o que dizer nestes meus versos:
- Nessa várzea nasci, nasci somente.
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