23 junho 2018

Crônica da vida cotidiana


Assis Costa
Forró, fogueira e canjica
Luciano Siqueira 

Neste abençoado Dia de São João, imagens se entrecruzam, do passado e do presente. Em minha memória, a fogueira imensa que meu pai, Renato mandava fazer defronte de casa, na Rua Alberto Silva, Lagoa Seca, então bairro periférico de Natal.

Também o incentivo aos filhos menores para que soltássemos fogos mais simples, como a estrelinha e o traque de massa, com o auxilio de Socorro, a única irmã.

A ele e ao meu irmão mais velho, Humberto cabiam foguetes, buscapés, peidos-de-velha e bombas.

A mesa farta — canjica, pé de moleque, pamonha, bolo de milho e outras iguarias típicas—, de que cuidava com esmero minha mãe Oneide.

Por uns dois ou três anos, meu irmão mais novo, Airton e eu vendemos fogos na calçada lá de casa.

Já as quadrilhas juninas, à época ao estilo tradicional, bem diferente do de hoje influenciadas pelo country norte-americano, preferia ver, nunca fui de dançar. Por timidez e incompetência.

Outro dia comprei um pen drive com 101 sucessos de Luís Gonzaga e revi inúmeras canções juninas que me fizeram retroagir à infância e à adolescência.

Mas é de uma composição gravada por Silvio Caldas (‘Balão do amor’) que guardo na memória com muito carinho essa estrofe: “Meu balão feito de cartas/custou muito pra subir/é o peso da saudade/com certeza vai cair”.

A festa em família se repete todos os anos, precisamente neste dia 23, que coincide com o aniversário de Dona Maria, minha sogra, já falecida. Os pequeninos, os jovens e os mais velhos se esbaldam nas brincadeiras e na quadrilha improvisada.

Gosto. Admiro. Mas, às turras com a fumaça das fogueiras, que me faz espirrar e lacrimejar incessantemente, limito-me a aplaudir e a fazer fotos.

Saudosista, romântico, sim — mas não sou festeiro...

Viva São João! Viva o povo brasileiro!

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