China realiza lançamento de 41 satélites de uma só vez, estabelecendo record
Diário do Povo online
A China lançou um foguete transportador Longa Marcha 2D na tarde de quinta-feira (15), enviou um total de 41 satélites ao espaço e estabeleceu um novo recorde nacional para o maior número de espaçonaves transportadas em uma única missão.
O foguete decolou às 13h30 de uma torre de serviço no Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan, na província de Shanxi. Após um curto voo, o segundo estágio do foguete colocou com sucesso os 41 pequenos satélites de sensoriamento remoto em órbitas predefinidas, de acordo com a Coorporação de Ciência e Tecnologia Aerospacial da China (CASC, na sigla em inglês), contratante da missão de lançamento.
O evento marcou o 24º lançamento de foguetes da China este ano e a 476ª missão da família Longa Marcha.
Projetado e fabricado pela Academia de Tecnologia de Voos Espaciais de Shanghai, uma subsidiária da CASC, o Longa Marcha 2D é um dos foguetes mais confiáveis do país asiático. Desde seu voo de estreia em agosto de 1992, o modelo já foi utilizado em 76 voos, todos com sucesso. Isso o levou a se tornar conhecido como o "modelo de foguete de medalha de ouro" na indústria espacial da China.
O foguete de 40,6 metros tem um diâmetro de 3,35 metros e um peso de decolagem de 251 toneladas métricas. Suas tarefas típicas são transportar satélites para órbitas baixas da Terra ou sincronizadas com o Sol.
O Longa Marcha 2D é capaz de enviar uma espaçonave de 1,3 toneladas para uma órbita sincronizada com o sol com uma altitude de 700 quilômetros, ou satélites com um peso combinado de 4 toneladas para uma órbita baixa da Terra.
O recorde nacional anterior foi estabelecido há apenas oito dias por um foguete ZK 1A, que colocou 26 satélites em órbita. O ZK 1A foi desenvolvido pela CAS Space, empresa sediada em Beijing.
O recorde mundial é do Falcon 9, da SpaceX, que levantou 143 satélites em janeiro de 2021. A SpaceX tem sede na Califórnia, nos Estados Unidos.
Após o lançamento de quinta-feira, Fu Zhiheng, presidente da China Great Wall Industry, que é o braço comercial internacional da CASC, disse que enviar tantos satélites numa única missão é extremamente desafiador e nada fácil.
"Você não pode simplesmente carregar satélites aleatoriamente num foguete e depois acioná-lo. Requer experiência e especialização", disse Fu, acrescentando que a China agora é capaz de ajudar outras nações a lançar seus satélites numa única missão.
Li Jianqiang, designer-chefe do tipo de foguete Longa Marcha 2D, explicou que o maior desafio na missão mais recente foi que os engenheiros tiveram que garantir que os satélites fossem organizados com segurança dentro da carenagem de carga útil do foguete e implantados em suas órbitas designadas somente após entrar no espaço sideral.
"Depois de uma pesquisa cuidadosa, elaboramos um arranjo especial (dos satélites) para aproveitar ao máximo o espaço interno da carenagem de carga útil. Também fizemos um plano de implantação preciso, que envolveu o segundo estágio do foguete usando seus retromotores para se reposicionar vários vezes para colocar os satélites em suas órbitas em lotes, a fim de garantir que haja uma distância segura entre os dois satélites", explicou Li.
Os satélites lançados na quinta-feira foram construídos pela Changguang Satellite Technology, uma empresa estatal da província de Jilin, no nordeste da China, e têm como função principal a obtenção de imagens de alta definição da Terra.
As imagens e os produtos de dados gerados pela rede baseada no espaço serão usados numa ampla gama de campos, como análise industrial, pesquisa regional, mapeamento de recursos terrestres, desenvolvimento mineral e planejamento de construção urbana, de acordo com a academia de Shanghai.
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