07 setembro 2023

Minha opinião: 7 de setembro

A luta pela independência do Brasil no século XXI*
Luciano Siqueira


A celebração do 7 de Setembro, hoje, acontece marcada pela reafirmação da democracia — como bem assinalou o presidente Lula em pronunciamento transmitido em rede nacional, ontem —, em contraposição às sucessivas ameaças golpistas promovidas no governo anterior pelo então presidente Bolsonaro.

Correto.

Mas é preciso olhar um pouco adiante: acentuar o peso estratégico da soberania nacional.

No mundo de hoje, marcado pela transição da ordem geopolítica unipolar (sob o tacão financeiro e militar norte-americano), na qual os mecanismos de troca comercial e as regras de convivência s ão determinadas, em última instância, pelas chamadas grandes potências, a uma possível nova multipolaridade, impossível é o pleno desenvolvimento do país sem o Estado nacional forte e a afirmação da própria soberania.

É o que pensamos e o que nos inspira a nós militantes do PCd oB ao comparecermos às ruas hoje empunhando a bandeira do Brasil.


É a nossa concepção programática da luta do po vo brasileiro nas circunstâncias atuais.


Tanto quanto a Independência consignada em 1822 se deveu fundamental mente a lutas renhidas do povo brasileiro — como bem assinala o Programa Socialista para o Brasil —, hoje esse desafio se coloca com muito maior dimensão e complexidade.


Do ponto de vista estratégico, funde-se com o próprio ideal de superação da sociedade capitalista em nosso país.


As tarefas são de grande magnitude.

Ultrapassam em muito os limites do atual governo, que sob a conduç& atilde;o hábil e consequente do presidente Lula, empenha-se na transição entre a situação herdada dos governos Temer e Bolsonaro — que inclusive estabeleceram o alinhamento estratégico com os EUA, na prática renunciando à nossa soberania — a um novo ciclo de transformações de caráter progressista.


Assim, a jornada pela plena independência nacional certamente é longa e de grande magnitude. 
 
Dá sentido ao que consideramos "terceiro ciclo civilizacional" na trajetória da nação.
 
Contrapõe-se a poderosos interesses de classe internos e externos. Bate de frente com o capital financeiro, o ascendente agronegócio exportador fundado na preservação do grande latifúndio e com a submissão à orientação geopolítica norte-americana.
 
A trincheira imediata impõe concentrar forças no sentido do êxito do governo Lula. E para tanto é preciso reinaugurar na cena política do país uma vertente indispensável: a mais ampla, consistente e unitária mobilização popular.


Que as celebrações deste 7 de Setembro possam motivar nossa gente empenhada na luta cotidiana sindical, estudantil, comunitária, identitária e temática a abordá-las programaticamente.


Para que o Brasil se torne "uma nação livre, plenamente soberana, forte e influente, justa e generosa com seus filhos e solidária com os povos do mundo."


*Texto a minha coluna desta quinta-feira no portal Vermelho www.vermelho.org.br 

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