Soneto do amor como um rio
Vinícius
de Moraes
Este infinito amor de um ano faz
Que é maior do que o tempo e do que tudo
Este amor que é real, e que, contudo
Eu já não cria que existisse mais.
Este amor que surgiu insuspeitado
E que dentro do drama fez-se em paz
Este amor que é o túmulo onde jaz
Meu corpo para sempre sepultado.
Este amor meu é como um rio; um rio
Noturno, interminável e tardio
A deslizar macio pelo ermo
[Ilustração: Wellington Virgolino]
Leia sobre Manuel Bandeira: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2023/10/uma-cronica-de-urariano-mota_17.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário