Imprescindível protagonismo*
Luciano
Siqueira
Ao longo da História, aqui e mundo afora, frentes amplas sempre foram decisivas para a vitória política.
Sobretudo em empreitadas revolucionárias bem sucedidas.
Não há caso algum em que as forças populares tenham avançado sem
alianças diversas, advertia João Amazonas.
Em partes de sua vasta obra, Lênin abordou teórica e politicamente a
absoluta necessidade de compromissos com aliados de diferentes graus de
proximidade com as bandeiras mais avançadas da corrente política dirigente da
luta transformadora.
No transcurso das décadas mais recentes, as forças de esquerda em
presença no Brasil demoraram a assimilar em plenitude a política de frente
ampla — hoje largamente reconhecida como determinante da vitória de Lula sobre
Bolsonaro no último pleito presidencial e imprescindível ao êxito do governo, sob
correlação de forças adversa em muitos aspectos.
Na esfera parlamentar, mais do que evidente.
O PCdoB tem salientado esse dado de realidade, acrescentando a dupla
necessidade de coesionar melhor as correntes populares e progressistas no seio
da coalizão governista e de respaldá-las com efetiva mobilização do povo.
A dois anos ainda do próximo pleito, a disputa pela presidência da República já permeia praticamente todos os lances na esfera política, como bem assinala a recente resolução dos comunistas "Fortalecer a Frente Ampla, repelir a pressão dos banqueiros, rumo à vitória em 2026".
Isto põe diante das forças situadas à esquerda não apenas eficiência
para o êxito do governo, mas igualmente a solução do impasse que se prolonga
marcado pelo distanciamento entre a militância organizada e as massas
trabalhadoras e do povo.
Neste segundo aspecto reside desafio que não será vencido tão somente pelo ativismo imediatista.
A disputa de ideias na base da sociedade implica
hoje complexos desafios de natureza teórica e política, dado que as
circunstâncias em que os trabalhadores estão organizados na produção de bens e
serviços e na amplíssima labuta do trabalho informal condicionam comportamento
dispersivo na percepção da realidade e na formação da consciência política.
Nesse sentido, a sempre mencionada necessidade de disputar com a extrema direita a batalha das redes sociais implica, necessariamente, na elucidação de conteúdos da mensagem e na articulação entre a comunicação digital e a convivência e o diálogo presencial, olhos nos olhos.
*Texto da minha coluna desta quinta-feira no portal Vermelho
Leia também: PCdoB defende maior unidade para êxito do governo Lula e anuncia 16º Congresso https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/12/a-palavra-do-pcdob.html
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