A República no campo de batalha
Luciano
Siqueira
A semana se inicia ainda sob o impacto da prisão do general de quatro estrelas Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente da República na chapa de Jair Bolsonaro, derrotada no último pleito.
Contrariando dispositivos processuais e jurídicos, o general se
movimentava no sentido de obstruir provas e de ter acesso a informações
supostamente existentes em mãos de outros indiciados por conta da tentativa de
golpe de Estado.
Para além das questões de ordem policiais e jurídicas, o conflito entre
a extrema direita e a ordem democrática vigente segue sobretudo no largo campo
de batalha das redes digitais.
Não é simples prever agora os desdobramentos. Inclusive sobre a situação
do próprio ex-presidente Bolsonaro e a disputa interna entre lideranças
emergentes empenhadas em substituir o capitão nas próximas eleições.
Mais ainda, pouco tem vindo à tona a propósito das repercussões da
prisão do general na caserna, onde não se costuma apreciar os fatos por outra
ótica que não seja a da tradição autoritária das Forças Armadas no Brasil,
principalmente a partir do golpe militar de 1964.
Esta questão, como tantas outras que permeiam o noticiário político,
reclama análises cautelosas e o quanto possível aprofundadas.
O neofascismo persistente não descansa.
As forças democráticas são chamadas a um comportamento a um só tempo
firme e taticamente arguto.
Acompanhemos.
Leia também: pesadas acusações contra o general Braga Netto
https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/12/multiplas-razoes-para-prisao-do-general.html
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