No Jornal do Commercio:
João Paulo já admite palanques múltiplos
. Numa homenagem ao vice e prefeiturável Luciano Siqueira (PCdoB), prefeito voltou a alertar o PT sobre a briga interna e admitiu que os governistas podem mesmo sair com mais de um palanqueReconhecendo que a falta de unidade no PT tem atrapalhado a construção de uma candidatura única do bloco governista à sua sucessão, o prefeito João Paulo (PT) admitiu, pela primeira vez, a possibilidade de sua base ter mais de um palanque em 2008. Durante a homenagem do Caxangá Ágape ao seu vice e prefeiturável Luciano Siqueira (PCdoB), ontem, ele frisou que não é “um aventureiro”, sabe de sua responsabilidade como condutor do processo sucessório e nunca teve a intenção de inviabilizar qualquer candidatura pelo fato de preferir o secretário João da Costa (PT). E deixou claro que não haverá estremecimento na relação com Siqueira, mesmo se ambos estiverem em palanques opostos no primeiro turno da disputa municipal.
. “Tenho certeza, por tudo que construímos, Luciano, que sejam quais forem os nossos caminhos (em 2008), estaremos sempre perto, no mesmo projeto, defendendo o ideal de transformar a realidade”, discursou João Paulo, depois de exaltar a boa realção de convivência, amizade e confiança com seu vice. Ele contou que sempre teve o apoio de Siqueira em todas as suas decisões. Depois, mandou recados para petistas e aliados.
. O prefeito se disse incompreendido e voltou a negar que seja autoritário ou queira impor a postulação João da Costa. Mas afirmou ter a “liberdade democrática” de expressar preferências. Ao citar as conquistas do governo Lula, destacou a importância histórica de as forças governistas continuarem à frente da PCR. E, contando com a cumplicidade de Siqueira, soltou: “Em momento nenhum, com a minha preferência, eu quis inviabilizar qualquer nome do nosso campo, porque minha responsabilidade é grande e sei que você, Luciano, tem a visão desse momento histórico, sem, necessariamente, querer dizer que vamos estar juntos no primeiro turno”.
CONSTRUÇÃO - Em entrevista, depois do evento, o prefeito afirmou que “unidade não é algo que se peça”, tem que ser construída com a vontade de todos. “A unidade é algo que se pactua. Os partidos têm comandos nacionais, responsabilidades, e cada um tomará o caminho da orientação nacional”, admitiu João Paulo, que até então tinha se mostrado completamente avesso à hipótese de múltiplas candidaturas.
. “O que eu venho dizendo é da minha preocupação com a unidade já no premeiro turno, mas se não for possível, teremos palanques diferenciados. Agora acho que o PT tem primeiro que sinalizar para a unidade interna”, disparou, em sinal de que está mais preocupado em juntar sua sigla. Na sua avaliação, o debate interno no PT está muito “emocional” e precisa ser mais “politizado”. “Nossa falta de unidade atrapalha um pouco na relação com outros partidos, mas ainda temos tempo de trabalhar isso”.
. Em seu discurso, Luciano agradeceu “as palavras generosas” do prefeito e garantiu: “Se, no pleito do ano que vem, estivermos em palanques distintos no primeiro turno, vocês assistirão a um show de solidariedade, tolerância e espírito democrático mútuos. Não haverá dificuldade entre nós”. Para ele, João Paulo foi claro ao sinalizar a convivência com mais de um palanque. Na homenagem bastante prestigiada - na qual estavam presentes os prefeituráveis João da Costa (PT), Sílvio Costa Filho (PMN) e Eriberto Medeiros (PTC) - Siqueira afirmou que ainda não chegou a hora de flertar com aliados.
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