04 janeiro 2008

Banqueiros, PSDB e DEM de mãos dadas

Anote aí. Começa com os banqueiros, reclamam das medidas adotadas pelo governo federal para compensar a perda da arrecadação com a CPMF. Em seguida, PSDB e DEM (ex-PFL) entram em cena ameaçando travar a pauta na reabertura do Congresso Nacional.

É uma coisa articulada, e com reverberação na mídia.

Qualquer semelhança com interesse de classe – no caso, a alta burguesia financeira - não é apenas coincidência: é a pura expressão da realidade.

Veja. O aumento da tributação sobre o sistema financeiro deve produzir arrecadação anual muito superior aos R$ 10 bilhões estimados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Dizem alguns analistas que só a elevação da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras, de 9% para 15% - mesmo considerando que o lucro do setor em 2008 se mantenha nos níveis de 2007 -, trará receita adicional superior a R$ 3,1 bilhões, superando a projeção de R$ 2 bilhões do ministro Mantega.

- "É o caminho politicamente mais fácil, mas não é o caminho tecnicamente mais correto", afirmou o presidente da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), Fabio Barbosa. O vice-presidente da Associação Brasileira de Bancos Comerciais (ABCC), Renato Oliva, avisou que o aumento de custos dos bancos será repassado aos clientes informa a Gazeta Mercantil de hoje.

O Estado de São Paulo, por seu turno, noticia que a oposição pretende reagir ao aumento de impostos anunciado pelo governo e o principal objetivo é derrubar a elevação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) cobrada dos bancos - alta estabelecida por medida provisória, o que exige aprovação do Congresso. O clima de guerra pode comprometer a votação do Orçamento e da MP que criou a TV Pública.

Reflita e tire suas próprias conclusões.

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