Blog de Jamildo (ex-Blog do JC):
E depois do Carnaval?
Luciano Siqueira
Todo mundo caindo na folia e a gente falando de crise. Paciência, a alegria e a algazarra desses dias, que nos consumirão frustrações e desejos até a quarta-feira de cinzas, infelizmente não são capazes de mudar a realidade. E a realidade é que há, sim, o risco de uma rebordosa após o Carnaval.
De que estamos falando? Das repercussões em território tupiniquim da grave crise que assola a economia norte-americana.
Não custa nada botar as orelhas em pé, depois que o atual presidente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, avisou que "a crise é grave e atingirá os emergentes". E o nosso homem no Fundo, Paulo Nogueira Batista Jr., por sua vez, alertou que o perigo é "entrar em uma recessão com o sistema financeiro tão fragilizado e vários bancos importantes tão vulneráveis".
Tudo bem, mas a economia brasileira não está a salvo, como assegura o presidente Lula?
De certo modo sim, no sentido de que agora está muito mais preparada para a ressaca vinda do Império do que nos tempos de FHC, como anotou em recente debate Renato Rabelo.
O PIB/2007 previsível de mais de 5%, algo em torno de US$ 1,3 trilhão; o investimento cresceu 13% em relação ao ano anterior; a inflação ficou no patamar de 4,5% dentro da meta estabelecida; superávit primário de 4% do PIB; reservas internacionais próximas a US$ 180 bilhões; expansão da massa real de salários de 5,4%; juros básicos/Selic média de 11,9% no ano que passou; a dívida pública líquida estabeleceu-se em 43% do PIB; a carga tributária esta em 36% do PIB; taxa média de desemprego de 9,2% da População Economicamente Ativa; câmbio em constante valorização, de R$ 1,75 a R$ 1,80 por dólar; investimentos estrangeiros recebidos em torno de US$ 36 bilhões; superávit comercial de cerca de US$ 40 bilhões, apesar a valorização do câmbio, por causa do aquecimento da demanda global (chinesa particularmente) que tem propiciado a elevação dos preços das commodities.
São números animadores. Mas acontece que os efeitos do fim da CPMF, que subtraiu do Orçamento da União 40 bilhões de reais/ano ainda não se fizeram sentir. Estão a caminho. Como a caminho podem estar os impactos dos desacertos dos EUA.
Não é o caso de botar gosto ruim no carnaval de ninguém. Mas de chamar a atenção para o que pode vir depois, isso é. Com a permissão de todos vocês, foliões ou não.
E depois do Carnaval?
Luciano Siqueira
Todo mundo caindo na folia e a gente falando de crise. Paciência, a alegria e a algazarra desses dias, que nos consumirão frustrações e desejos até a quarta-feira de cinzas, infelizmente não são capazes de mudar a realidade. E a realidade é que há, sim, o risco de uma rebordosa após o Carnaval.
De que estamos falando? Das repercussões em território tupiniquim da grave crise que assola a economia norte-americana.
Não custa nada botar as orelhas em pé, depois que o atual presidente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, avisou que "a crise é grave e atingirá os emergentes". E o nosso homem no Fundo, Paulo Nogueira Batista Jr., por sua vez, alertou que o perigo é "entrar em uma recessão com o sistema financeiro tão fragilizado e vários bancos importantes tão vulneráveis".
Tudo bem, mas a economia brasileira não está a salvo, como assegura o presidente Lula?
De certo modo sim, no sentido de que agora está muito mais preparada para a ressaca vinda do Império do que nos tempos de FHC, como anotou em recente debate Renato Rabelo.
O PIB/2007 previsível de mais de 5%, algo em torno de US$ 1,3 trilhão; o investimento cresceu 13% em relação ao ano anterior; a inflação ficou no patamar de 4,5% dentro da meta estabelecida; superávit primário de 4% do PIB; reservas internacionais próximas a US$ 180 bilhões; expansão da massa real de salários de 5,4%; juros básicos/Selic média de 11,9% no ano que passou; a dívida pública líquida estabeleceu-se em 43% do PIB; a carga tributária esta em 36% do PIB; taxa média de desemprego de 9,2% da População Economicamente Ativa; câmbio em constante valorização, de R$ 1,75 a R$ 1,80 por dólar; investimentos estrangeiros recebidos em torno de US$ 36 bilhões; superávit comercial de cerca de US$ 40 bilhões, apesar a valorização do câmbio, por causa do aquecimento da demanda global (chinesa particularmente) que tem propiciado a elevação dos preços das commodities.
São números animadores. Mas acontece que os efeitos do fim da CPMF, que subtraiu do Orçamento da União 40 bilhões de reais/ano ainda não se fizeram sentir. Estão a caminho. Como a caminho podem estar os impactos dos desacertos dos EUA.
Não é o caso de botar gosto ruim no carnaval de ninguém. Mas de chamar a atenção para o que pode vir depois, isso é. Com a permissão de todos vocês, foliões ou não.
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PS: Luciano Siqueira é vice-prefeito do Recife pelo PC do B e escreve todas as quartas-feiras no Blog. Com a crise do PT, pode receber um monte de votos da ala insatisfeita com João da Costa, como já comecei a ouvir antes mesmo da definição da UL desta semana.
PS: Luciano Siqueira é vice-prefeito do Recife pelo PC do B e escreve todas as quartas-feiras no Blog. Com a crise do PT, pode receber um monte de votos da ala insatisfeita com João da Costa, como já comecei a ouvir antes mesmo da definição da UL desta semana.
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