03 janeiro 2008

Choque de brasilidade

De Flávio Domingues sobre o artigo A economia não é tudo:

A necessidade de um choque de “brasilidade” é óbvia. Todos dizem, todos publicam, todos discursam. Mas assim como a diferença do meu conhecimento para o dos outros opinantes, existe um abismo entre o falar de reformas e o empenho dos que estão mais próximos do poder de alguma reforma fazer. Nada acontece além do discurso. Questiono no seguinte: será que o Brasil é ruim para todos? Será que o Estado, posto como está, não responde perfeitamente aos interesses de grupos que o mantém imutável?

Apesar da minha “aparente” pouca idade... já era bem crescido quando a Constituinte prometia reformas que mudariam a face do país. Reformas que trariam mais justiça social, equilíbrio entre os estados da Federação, oportunidades para os menos favorecidos e tantas outras promessas que viraram apenas sombras do Entes que deviam ter sido criados para realmente mudar a vida de cada um dos que habitam este país tão bonito.

Será que para pensarmos nas reformas que são necessárias não precisaríamos do surgimento de um novo Ulisses Guimarães? A Constituição que brotou daquela Constituinte é muito aquém do que precisávamos para construirmos um futuro melhor para o Brasil. As críticas quanto ao valor do que foi produzido em 89 vemos como fatos da nossa vida cotidiana e, por isso, precisamos uma grande reforma neste país. Mas não coloquemos a culpa no Dr. Ulisses, aquele Congresso estava contaminado demais ainda de ditadura para produzir uma peça que pudesse mudar o país.

Volto a dizer o que disse no último comentário que fiz ao Senhor: Só um governo de esquerda pode realizar reformas que transformem o Brasil numa Nação de verdade. É melhor Lula realizar estas reformas que um aventureiro lançar mão. Melhor Lula fazê-las que sermos surpreendidos no futuro por uma modernização conservadora.
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Verdade, Flávio, que as mudanças ocorrem no Brasil como um parto doloroso e prolongado. E não se viabilizarão sem a formação de uma consciência social avançada - que começa pelo debate no terreno das idéias e culmina com amplas mobilizações populares. A natureza dos governos como o de Lula depende muito desse respaldo social. (LS).

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