Veja o que publica hoje o Valor Econômico. A enorme apreensão que a possível chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder gerou nos mercados em 2002 contagiou a diretoria do Federal Reserve, o Banco Central americano, segundo transcrições das reuniões da diretoria no período. No dia 26 de junho, quatro meses antes do primeiro turno das eleições, o então presidente do Fed, Alan Greenspan, manifestou preocupação com o avanço da esquerda na América Latina: "A questão é se haverá contágio", disse Greenspan, após citar Brasil, Argentina, Colômbia e Venezuela como fontes de inquietação. "Contágio político se espalha? Pode ser, mas não sei bem em que direção. Por exemplo, eu não sei o que vai acontecer se as pessoas virem que o Brasil foi posto de joelhos por causa de uma campanha populista". O então presidente do Fed regional de Nova York, William McDonough, era o mais assustado. Ele classificou a situação do Brasil como um "perigo sempre crescente" e disse que o avanço de Lula nas pesquisas eleitorais criava o risco de uma "fuga maciça de capitais".
*
Que diriam esses senhores hoje diante da dificuldade do presidente Lula romper com os condicionantes macroeconômicos herdados de FHC? Mais: estariam mais assustados ainda em razão das mudanças ocorridas nos países vizinhos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário