05 junho 2016

Frágil, podre e confuso

Michel Temer atola
A progressiva, inexorável deterioração do governo interino que, para bem do Brasil, haveria de ser realmente provisório
Maurício Dias, Carta Capital
Lá se foram os 31 dias de maio, 19 deles sob a vigência do governo provisório de Michel Temer, iniciado no dia 12 deste mesmo mês. Nesse período, curtíssimo período, a administração do vice-presidente ganhou marcas notórias. A mais visível delas é o ressurgimento de um reacionarismo exasperado imposto pela base do Congresso. Mais precisamente, pelo emergente e poderoso “baixo clero”.
Essa é a linha divisória traçada entre a presidenta Dilma Rousseff e o vice Michel Temer.
A presença dela no governo abafava, tanto quanto possível, a influência conservadora do Congresso. Dilma impunha, em contraposição à maioria adversária, pautas atentas mais diretamente às questões sociais.
Na votação do impeachment na Câmara, ela pagou o preço por isso.
Com Temer, a roda passa a girar ao contrário. Ele segura a batuta. Muitas coisas, porém, são sopradas das coxias para o “maestro” por Eduardo Cunha, figura carimbada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como suspeito de corrupção e lavagem de dinheiro.
O governo temporário está atolado em problemas e em dilemas. Acovardado, joga todos os erros na conta de Dilma. Impiedosamente, mira sua fúria nos programas sociais.Desnorteado. Zureta. Suspeito. 
As revelações despejadas das gravações clandestinas, produzidas por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, expuseram a intensidade das relações promíscuas entre integrantes dos Três Poderes. Diálogos revelados pelos “grampos” de Machado comprovam com poucas palavras a trama do golpe, até agora vitorioso, para afastar Dilma e sufocar a Operação Lava Jato.

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