Eduardo Bomfim, no portal
Vermelho
Há ainda quem afirme que estamos
num Estado de Direto Democrático, apesar do golpe parlamentar perpetrado contra
uma presidente legitimamente eleita com mais de 54 milhões de votos.
O historiador Moniz Bandeira em entrevista publicada no site
Vermelho afirmou que o que está em curso no País não será compreendido se nos
“limitarmos à analise dos conflitos domésticos”.
Ou mesmo às ações da maioria parlamentar, como na Câmara dos
Deputados, expostas pelo “circo dos horrores” durante a votação do impeachment
da presidente Dilma, mostrada aos olhos da opinião pública nacional e
internacional.
O que espanta é que o golpe é mais compreendido, em sua
inteireza, fora do Brasil que dentro de suas fronteiras.
Isso porque a grande mídia, monopolista dos fatos,
narrativas do cotidiano nativo, é parte central no putsch contra a nação e sua
jovem democracia.
Uma mídia poderosa que age para “blindar” as versões sobre a
via autoritária em que tentam mergulhar o País. Os ataques que vem sofrendo a
chamada imprensa alternativa, que subsiste através da internet, é para
silenciar a real natureza do golpe.
Ferindo o espírito democrático das várias interpretações dos
fenômenos que incidem sobre a realidade política, social, cultural do momento
que vivemos.
Que só é possível em um País continente, com mais de 200
milhões de habitantes, a 7a economia mundial, com a participação das elites
retrógradas internas, do “Mercado” rentista e a “Governança Mundial”, o apoio
efetivo dos EUA, seu azeitado aparato de inteligência e subversão agindo conta
o Brasil.
Tem razão a presidente Dilma Rousseff ao afirmar que o golpe
é contra a democracia, os “movimentos sociais”. Porém ultrapassa a isso. É a
tentativa de recolonizacão do País, a destruição do Estado nacional, do seu
protagonismo geopolítico, como no Brics.
Tanto como o assalto às suas riquezas estratégicas, a
fragmentação da sociedade nacional, a autoestima, identidade como povo, o
descortino do seu presente e futuro.
É uma operação sofisticada, com abate da vida democrática. O
interino, ilegítimo governo Temer é peça menor, descartável, num projeto que
visa uma nação subalterna. Tem prazo de validade.
Assim urge uma ampla frente democrática, patriótica, um
plebiscito que antecipe eleições presidenciais em defesa da democracia, do
Brasil.
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