06 fevereiro 2023

Enio Lins: história

6 de fevereiro: em 1694, o Quilombo dos Palmares é destruído

Enio Lins www.eniolins.com.br

 

6 DE FEVEREIRO DE 1694 – Destruição da capital do Quilombo dos Palmares, a Cerca Real dos Macacos, até então inexpugnável. Estrategicamente localizada no alto do Outeiro do Barriga, hoje município de União dos Palmares/AL, resistiu a tudo e todos até essa data.

Contratado pelo governador 
de Pernambuco em 1687 (ratificado em 1691), para dar fim ao quilombo e liquidar Zumbi, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho instalou seu quartel-general nas terras que chamou de Atalaia (hoje Alagoas), em 1693.

No ano seguinte,
 depois do cerco e de combates intensos, os canhões levados serra acima pelos atacantes romperam as paliçadas; as tropas de Jorge Velho invadiram o mocambo, massacrando os quilombolas que resistiram, sem se render.

Pelos documentos da época
, apenas sobreviveram 510 quilombolas negros, a maioria mulheres e crianças, sendo imediatamente transformados em escravos e, em seguida, vendidos para o Caribe, buscando assim evitar a perpetuação da memória local.

Esse número de sobreviventes
 é incerto, pois como voltaram a ser “peças” de valor comercial, é provável que a quantidade de pessoas aprisionadas tenha sido subnotificada e muitas contrabandeadas para evitar tributos e/ou requisição pelos escravocratas da área.

Do relatório do combate
 consta que Zumbi, cercado ao final da luta, para não ser preso e escravizado, teria se suicidado, pulando de um dos precipícios da Serra da Barriga. Assim, 6 de janeiro de 1694 está documentada também como data da morte de Zumbi.

Em 20 de novembro de 1695
, um pequeno grupo de quilombolas é localizado no sumidouro da Serra Dois Irmãos (hoje município de Viçosa/AL) e seu líder, identificado como sendo Zumbi, assassinado. Esse dia passa a ser a data oficial de morte de Zumbi dos Palmares.

De um dia não registrado
 até 6 de fevereiro de 1694, o cocuruto da Serra da Barriga sediou o coração do gigantesco Quilombo dos Palmares. As escavações indicam que, antes da presença quilombola, a área teria sido uma grande comunidade indígena. [Ilustração: Manuel Victor Filho]

Verso e reverso do que acontece https://bit.ly/3Ye45TD

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