Lula comemora Dia do Meio Ambiente com decretos e críticas ao
Fundo Amazônia
Presidente lembrou que, apesar de promessas feitas desde
2009, poucos países destinaram verbas para proteger a floresta.
Camila Bezerra/Jornal GGN
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
participou de uma solenidade em comemoração ao Dia do Meio Ambiente, ocasião em
que assinou decretos pra fortalecer o sistema de proteção à floresta, além de
reduzir o desmatamento e combater o aquecimento global.
“Este dia tem um
extraordinário valor simbólico. Não apenas por ser a primeira comemoração
ambiental do nosso novo governo, mas porque sinaliza que o meio ambiente
voltoua ser prioridade, após quatro anos de descaso e abandono”, disse o chefe de
Estado.
Entre as ações já realizadas pelo governo,
Lula destacou a criação de áreas protegidas, parques e reservas, além do
investimento em monitoramento por satélite, para identificar e coibir ações que
implicam em risco ambiental.
Programas
e decretos
Lula aproveitou a cerimônia para assinar diversos
decretos para fortalecer as políticas de proteção ambiental. Entre eles está o
Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento do Amazônia, em que todos os
biomas terão estratégias específicas para a prevenção e controle do
desmatamento.
O presidente também instituiu o Conselho Nacional para
organizar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30),
realizada em Belém, no Pará, em 2025.
Criação do Parque Nacional da Serra do Teixeira, na
Paraíba e reestabelecimento do Comitê Inerministerial sobre Mudança do Clima
são mais alguns dos decretos assinados pelo petista.
Críticas
Lula ressaltou a necessidade de o governo assumir as
políticas de proteção às florestas do País, uma vez que, apesar das diversas promessas
de doação para o Fundo Amazônia, poucas foram efetivamente cumpridas.
“Eu, às vezes, desconfio que os países
ricos prometem aquilo que não podem ou não querem dar, porque se nós fôssemos
olhar a quantidade de países que prometeram R$ 100 milhões ao ano e que em 14
anos saíram pouquíssimas coisas e não se sabe para quem…”, comentou o
presidente.
Lula garantiu que vai cobrar o cumprimento das doações
durante a COP-28, realizada nos Emirados Árabes entre 30 de novembro e 12 de
dezembro, “de forma ativa e altiva”. Mas o próprio governo vai criar ações para
preservar a floresta e seus moradores, pois “não se pode permitir que o povo da
Amazônia continue sendo um dos mais pobres do planeta”.
Marina
Silva
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), também
participou da solenidade para apresentar as políticas ambientais. Em seu
discurso, ela criticou as recentes decisões da Câmara dos Deputados, que além
do esvaziamento da pasta, também votou majoritariamente a favor do marco
temporal das terras indígenas.
Sobre o Congresso, a ministra disse aceitar as decisões
do Congresso, “pois vivemos em uma democracia”, mas ressaltou sua discordância
sobre as decisões da Casa.
Diante da conjuntura parlamentar, Maria reafirmou o
compromisso de Lula com o Meio Ambiente, temática presente inclusive nas
agendas internacionais do presidente.
Dom Phillips e Bruno Pereira, mortos há um ano por
pescadores que atuam ilegalmente na Amazônia, também foram lembrados pela
ministra. “[No
governo anterior vimos] criminosos sendo empoderados por representantes do
Estado quando deveriam ser duramente combatidos. É muito simbólico que Bruno
Pereira estivesse trabalhando com uma associação de indigenas no Vale do Javali
e lá tenha sido assassinado, após ter sido demitido da sua função na Funai
quando desempenhou corretamente suas funções e desagradou os dirigentes da
época.”
Natureza predatória do agronegócio https://tinyurl.com/bp8zjuhk
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