No Vermelho: O futuro do PT, após a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, começou a ser traçado neste fim de semana, durante reunião de seu Diretório Nacional. Em nota sobre as resoluções do encontro, o órgão máximo de direção do partido defende a formação de um "governo de coalizão" no segundo mandato de Lula. Já o 3º Congresso do PT, que estava marcado para 2008, foi antecipado. Vai ocorrer no próximo ano.
A presidência da Câmara dos Deputados, tema tratado mais nos bastidores, também é preocupação. Os petistas trabalham para emplacar o nome de Arlindo Chinaglia (PT-SP), embora Lula preferira manter Aldo Rebelo (PCdoB-SP) no cargo. O presidente da República aproveitou a reunião do diretório para reiterar sua gratidão ao PCdoB - partido ao qual fez contundente elogio.
Chinaglia tentou negar, no sábado, que já aspire à candidatura. "O PT não tem de se preocupar em reivindicar a presidência da Câmara de forma exclusiva nem se preocupar em aceitar algum tipo de veto ao cargo. Somos 513 deputados. Não sou candidato, mas posso ser", disse à Agência Estado.
Condições para uma coalizão - As flexibilizações do PT foram expressas em notas divulgadas a público. Um dos textos nota começa agradecendo o apoio de "dirigentes e filiados" de partidos que não defenderam oficialmente a reeleição de Lula - PMDB, PDT, PV, PP, PL, PPS, PTB e PSOL. A nota defende "um Governo de Coalizão programática, expresso na reunião das forças que construíram o caminho da vitória".
Para a coalizão, são chamados "todos aqueles que estejam de acordo com o programa de transformações econômicas, sociais e políticas defendido durante a campanha eleitoral". Além de Lula, essa tese foi fortemente defendida pelo presidente petista, Marco Aurélio Garcia, e por Tarso Genro, ministro das Relações Institucionais.
Solidez à esquerda - O texto petista destaca que a idéia não é apenas lotear cargos no Poder Executivo. "O Governo de Coalizão não é um condomínio baseado na distribuição fisiológica de cargos". Dentro da coalizão, o PT pretende buscar uma aliança mais sólida com o que chama de "forças de esquerda que apóiam o governo" - o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
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