Luciano Siqueira
Nas eleições gerais
deste ano os brasileiros decidirão pela continuidade das transformações em
curso desde 2003 ou pelo risco de um retrocesso. A presidência da República é o
centro da disputa, a que se associam os governos estaduais e os mandatos
parlamentares, cuja resultante é a correlação de forças que desenhará o
ambiente pós-eleitoral, onde operará o novo governo.
O PCdoB, partido que
aborda a luta eleitoral a partir dos interesses nacionais - uma característica
inerente à sua natureza de classe -, vê-se diante de dois objetivos que se
entrelaçam e se influenciam mutuamente: um geral, contribuir para a
"quarta vitória do povo" na disputa presidencial; outro específico, fortalecer-se
no Parlamento, em especial na Câmara dos Deputados.
É certo que o
Partido se posiciona bem na eleição para o governo do Maranhão, onde o
ex-deputado Flávio Dino, à testa de uma ampla coalizão política e social,
desponta com reais possibilidades de vitória. E este intento de sobressai no
projeto eleitoral do Partido.
Entretanto, no conjunto do País, se não cabe subestimar nenhuma possibilidade de conquista de postos nas esferas de governo, integrando chapas majoritárias encabeçadas por partidos aliados, e nas Assembleias Legislativas, importa centrar esforços na conquista de cadeiras na Câmara dos Deputados. A ampliação da bancada federal comunista tem peso específico, estratégico. Pois não apenas reforça a ação parlamentar propriamente dita, sempre de grande importância no jogo de forças que conforma as relações entre o Executivo e o Legislativo, como pesa decisivamente na contagem do tempo de televisão e rádio no pleito seguinte, em 2016, em âmbito municipal.
Uma eleição se emenda com a outra. Essas são as condições da luta da chamada frente institucional, de grande relevo no atual estágio da luta política no Brasil.
Acumular forças
nessa frente, sob regras restritivas e beneficiadoras dos grandes partidos,
exige habilidade e determinação. Requer foco nas prioridades. E o exercício da
maior flexibilidade tática possível no intuito de eleger deputados federais
comunistas.
A legislação
distingue o pleito nas esferas nacional e estadual. Coligações partidárias pactuadas
na eleição para a presidência da República necessariamente não se reproduzem
nos estados. O que não deixa de ser uma distorção do sistema em vigor, mas
oferece caminhos alternativos na renhida peleja pela conquista de cadeiras na
Câmara.
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