O que esperar do futuro?
Uma coisa é fazer previsões no terreno da política, da economia ou até mesmo dos esportes. Bem diferente é prever avanços no campo das ciências naturais, como aponta o físico Adilson de Oliveira, em sua primeira coluna do ano.
Em janeiro é comum as pessoas planejarem o que pretendem fazer no ano que se inicia. Há sempre esperança de resolver alguns problemas e de buscar novos desafios. Os mais otimistas se propõem a fazer grandes mudanças; os pessimistas veem dificuldade em tudo. Há ainda os ‘realistas’, que, embora comedidos em suas propostas, estão seguros de que irão realizá-las.
No caso das chamadas ciências ‘duras’, como a física, a química, a biologia, fazer previsões sobre cenários futuros de seu desenvolvimento é algo incerto. Às vezes acreditamos que alguns resultados, em dado momento surpreendentes, podem levar a novas tecnologias e a novos avanços, mas isso não acontece. Em outras situações, quando se imagina que não há nada de novo a descobrir, surgem resultados e ideias que revolucionam nossa visão da natureza.
Segundo o filósofo de ciência Thomas Kuhn (1922-1996), quando ocorre uma revolução científica, há uma “quebra de paradigma”, ou seja, o modelo (ou modelos) vigente é superado por novas descobertas ou contestado por novas interpretações, dando lugar a novo modelo. Isso não ocorre em uma data exata; é possível que se passem anos ou até séculos para que se tenha a percepção de que o modelo aceito está superado.
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