29 setembro 2021

Crônica de fim de tarde

Maternal paciência 

Nhuria Gonçalo Xavier*

 

Antes, achava que por trabalhar e estudar muito estava no limite da exaustão, mas entendi o significado de muitas coisas e situações quando me tornei mãe.  

Passei a sentir na pele o cansaço infinito e percebi que a exaustão vai para além do cansaço físico. O limite emocional e financeiro são colocados a prova diariamente, em especial quando as noites de sono se acumulam ou quando o(a) filho(a) adoece e por tantos outros motivos que nos cercam de “medos” e dúvidas. 

Antes, verbalizava que não tinha tempo para fazer as coisas e que o dia precisaria ter 48 horas. 

Hoje, percebo que realizo tantas coisas e sou tão mais ágil em tão pouco tempo. Cada segundo bem aproveitado interfere no meu bem estar e por consequência no do meu filho. 

Aprendi com meu filho a lidar com os imprevistos, atrasos e esperas. Os planejamentos passaram a ser reelaborados. 

A paciência, na maioria das vezes, se torna um obstáculo, mas é preciso torna-se sua aliada. 

Passei a ser mais paciente comigo, com os palpites, os julgamentos e com as situações atípicas. 

Algumas situações me impulsionaram a percebi que a paciência é crucial.

Compreendi que a exaustão, que citei no começo, vai nos levar a perder a paciência em muitos cenários e isso nos leva a entender que é não damos conta de tudo, há dias mais leves e mais densos, aprendi que não conseguimos levar o mundo nas costas e um dos mais importantes: respeitar os limites, ignorar ou acolher opiniões que agregam ou não no nosso jeito de maternar.

Por fim, é certo dizer que meu filho me ensina, gradativamente, o que de fato é importante para ser feliz.

[Ilustração: Luiz Carlos de Andrade Lima]

*Nhuria Gonçalo Xavier, pedagoga, realizando MBA em gestão pública na UPE

Veja: Mais do que nunca vale o diálogo sem preconceitos https://bit.ly/3kbDHqq

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