Mais do que o diamante
Luciano Siqueira
Será o diamante o que há de mais nobre
dentre todas as pedras preciosas?
Nunca me detive sobre o assunto, embora
venha mantendo esse conceito ao longo da vida. Tanto que quando quero exaltar
méritos de alguém lhe atribuo o brilho de um diamante.
Diamantes têm brilho próprio mesmo
quando em estado bruto.
Lapidados, ganham beleza ofuscante.
Nos filmes, diamantes de dimensões nem
tão exageradas geralmente são tidos como tesouros cobiçados.
Provavelmente por que se prestam a
confecção de joias.
Falo disso nesta
manhã de janeiro do desafiante ano de 2022 porque acabo de ler a notícia de que
um mineral jamais visto antes terá sido encontrado dentro de um diamante.
Isso 30 anos após a dita pedra ter sido
quase que desprezada por garimpeiros de Botsuana, justamente por conter
impurezas.
Um mineralista norte-americano, que
adquiriu uma peça à época, só agora proporcionou que especialistas a
examinassem devidamente.
Surpresa: o tesouro, neste caso, não
está exatamente no diamante, mas nas manchas encontradas no seu interior,
decorrentes — dizem — de altíssima pressão e temperatura só encontradas no
chamado manto do planeta Terra.
Se eu antes não entendia bem do
assunto, seguirei ignorante. Não tenho a menor pretensão de buscar detalhes da
descoberta.
Sem o menor desdouro da ciência e da
garimpagem especializada, prefiro reler um poema de Drummond ou de Neruda.
Porém da notícia guardo o contraditório
detalhe: maior valor têm as manchas impuras do que o ofuscante brilho do cobiçado diamante!
É da vida. As aparências confundem. E
às vezes enganam.
.
Às
vezes são detalhes que chamam a atenção da gente https://bit.ly/3E95Juz
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