29 janeiro 2022

Debate: guerra cultural e luta ideológica

Guerra cultural inverte o sentido original da política ao suprimir o diálogo
CEZAR XAVIER
portal da Fundação Maurício Grabois

 

O modo como a retórica do ódio se expressa em forma de disputas de narrativas nas plataformas de redes sociais precisa ser superada pelo debate ideológico e crítico para resgatar o diálogo e a democracia, é o que dizem os especialistas em debate promovido pela ADJC, no contexto do Fórum Social das Resistências.

O tema da Guerra Cultural e da Luta ideológica foi objetivo de debate, promovido pela Associação dos Advogados pela Democracia, Justiça e Cidadania – ADJC, com a participação do advogado e diretor da ADJC, Aldo Arantes, do professor João Cezar de Castro Rocha, da doutoranda em Ciências da Comunicação pela ECA/USP, Renata Mielli, do advogado Lúcio Flávio de Castro Dias e do diretor da Abong, Mauri Cruz.

A atividade virtual é a primeira a ocorrer no contexto do Fórum Social das Resistências, que estaria realizando sua Marcha de abertura nesta quarta-feira, em Porto Alegre, não fosse o contexto de agravamento da pandemia. A programação completa consta do site www.forumsocialdasresistências.org.br.

Aldo Arantes falou da importância de dar um basta aos ataques do governo Bolsonaro às instituições democráticas, aos movimentos sociais, com desinformação e negacionismo científico. Para isso, ele lembrou do lançamento do livro Reconstruir a democracia: União de amplas forças políticas e sociais para a luta ideológica, que reuniu especialistas de diversas área para analisar este processo de guerra cultural e ideológica que a extrema direita promove.

Para ele, a guerra cultural visando eliminar o inimigo, precisa ser substituída pelo debate ideológico que apela ao pensamento crítico. Ele observa que o mesmo eleitor que votou em Lula, votou depois em Bolsonaro, em função da guerra cultural que hegemonizou o debate político. 

Por isso, Aldo acredita que o resgate do debate crítico que rompa com a disputa de narrativas raivosas do bolsonarismo é a única forma de resgatar a democracia no Brasil. Ele complementou su raciocínio com as inúmeras contradições do governo Bolsonaro que se impõem apesar da disputa de narrativas e da guerra cultural, conforme se tornam verdades factuais que afetam diretamente a vida concreta dos brasileiros.

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