Para ser um jogador especial, é
necessário encontrar seu lugar em campo
Mais importante do que o sistema tático é
ter atletas próximos que se completam
Tostão, Folha de S. Paulo
Para
se destacar no futebol e em qualquer outra atividade, além de talento, os
profissionais precisam estar satisfeitos, fazer o que sabem melhor, de acordo
com suas características, e ter a companhia de um bom conjunto, de ótimos
companheiros.
Hulk, que sempre
foi um bom jogador, surpreendeu no Atlético ao praticar um futebol de altíssimo
nível. Isso ocorreu porque está em forma, porque atuou em uma
excelente equipe e porque encontrou facilidades, o que não teria se jogasse nos
maiores campeonatos do mundo.
Lewandowski é um excepcional e clássico centroavante porque é alto, cabeceia muito bem, posiciona-se corretamente,
antecipa-se aos defensores e finaliza com precisão. Mas brilha tanto porque
joga no Bayern, um time que pressiona durante toda a partida, contra todos os
adversários, e faz a bola estar sempre perto ou dentro da área do outro time.
Salah,
que nunca foi um grande jogador em outra equipe, destaca-se muito no Liverpool
e no futebol mundial por ter as condições ideais para suas características.
Ele, além de possuir incrível velocidade, recebe muitas bolas nas costas e
entre os defensores, além de driblar e finalizar bem.
Messi, talvez o segundo maior jogador da
história, teve no Barcelona a companhia de grandes craques e a maneira ideal
para ele jogar, as condições para desenvolver seu magistral talento. Guardiola
o ajudou a ser muito mais que um atacante pela direita, que driblava para o
meio para finalizar, como era no início da carreira.
Os
melhores momentos de Neymar foram também no Barcelona, como fazia no Santos, da esquerda para o centro, além de ter
a companhia de Messi e de outros excepcionais jogadores. Messi driblava da
direita para o centro e, quando toda a defesa se fechava para impedir sua
passagem, tocava para Neymar, pela esquerda, livre, perto da área, definir as
jogadas com absoluta precisão. No PSG, Neymar tentou ser o centro da equipe,
atuando mais pelo meio, onde é menos difícil de ser marcado.
Cristiano
Ronaldo, na primeira passagem pelo Manchester United, era um
excepcional atacante pela esquerda, que driblava para o lado para cruzar ou
para o meio para finalizar. No Real Madrid, com a orientação do técnico Ancelotti,
tornou-se um segundo atacante, o maior finalizador do mundo e um dos maiores da
história do futebol.
Mbappé
e Vinicius Junior são atacantes capazes de voltar para marcar no próprio campo
e, em fração de segundo, chegar à área adversária para executar um lance
decisivo. Na Copa de 2018, a campeã do mundo, França, mesmo com tantos craques,
recuava para contra-atacar com Mbappé.
No Real Madrid, com Ancelotti, ocorre o mesmo. Os melhores
momentos da equipe são quando o time recupera a bola no próprio campo e joga
para Vinicius Junior passar de uma intermediária à outra, com espaço, para
receber a bola na frente e aproveitar a habilidade e a velocidade.
O craque Benzema é decisivo na evolução de Vinicius Junior.
Na formação de uma equipe, mais importante do que o sistema tático é ter
jogadores próximos que se completam em suas características.
O conceito moderno de que os grandes jogadores precisam ter mais de uma posição e executar mais de uma função é correto. Porém, para ser um jogador especial, fenomenal, é necessário encontrar seu melhor lugar em campo, sua referência e sua capacidade de executar grandes jogadas. Cada um faz de seu jeito.
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