Atacado
por Bolsonaro, Datafolha acertou previsões com pesquisas desde a
redemocratização
Levantamento
do GGN cruza dados da série histórica do Datafolha com os resultados das urnas
para mostrar quantas vezes o instituto acertou
Ana Gabriela Sales, Jornal GGN
Retratos do momento, todas as pesquisas
eleitorais feitas na modalidade presencial apontam que o Palácio do Planalto
deve ser ocupado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a partir de janeiro de
2023. Contrariado com a iminente derrota, o atual presidente, Jair Bolsonaro
(PL), usa toda sorte de fake news e discursos capengas para tentar
desqualificar os levantamentos, em especial aqueles feitos pelo
Datafolha, um dos principais institutos de pesquisa do País.
Um
levantamento do GGN feito
a partir da série histórica do Datafolha para as eleições presidenciais mostra
que o instituto acertou em praticamente todas as eleições desde 1989. Não houve
uma única eleição presidencial, desde a redemocratização, em que um candidato
que aparecia no segundo lugar, às vésperas da eleição, virou o jogo no dia do
pleito, contrariando todas as previsões.
Considerando
a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, o
Datafolha ficou muito perto do resultado das urnas nas eleições de 1998, 2002,
2006 e 2010. E, com o passar dos anos, o levantamento foi refinado ao ponto de
cravar numericamente os resultados em 2014 e 2018 – quando Dilma Rousseff
venceu Aécio Neves por uma margem muito apertada, e quando Bolsonaro, que hoje
ataca as pesquisas, saiu vitorioso, respectivamente.
Nos
anos de 1989 e 1994, a Folha de S. Paulo divulgou nas vésperas das eleições
gerais as pesquisas de intenção de voto que davam vitória a Fernando Collor e
FHC, como de fato ocorreu. A partir de 1998, o diário passou a divulgar os
votos válidos dos candidatos às vésperas do segundo turno. Dentro da margem de
erro, o Datafolha antecipou o resultado de todas as eleições, conforme
registramos na tabela abaixo:
** votos válidos
O teto do antipetismo
O
levantamento do GGN também
mostra qual é o teto de um adversário do PT nas eleições presidenciais, desde
que Lula conseguiu se eleger pela primeira vez. Com exceção da eleição de
Bolsonaro em 2018, o melhor desempenho de um candidato antipetista foi o de
Aécio, em 2014, ano em que estourou a Lava Jato, quando o tucano fechou o
segundo turno com 48% dos votos válidos, contra 51,6% de Dilma, reeleita mas
impichada.
A
última pesquisa Datafolha para as eleições de 2022, divulgada na quinta-feira
passada, mostrou Lula com 45% das intenções de voto no primeiro turno, ante 32%
de Bolsonaro. No segundo turno, Lula teria 52% dos votos, contra 38% de
Bolsonaro. O instituto deve divulgar uma nova pesquisa no dia 9 de setembro.
O GGN procurou
o Datafolha para comentar o avanço dos estudos ao longo dos anos, mas o
instituto preferiu não se manifestar no momento.
Veja: Um candidato se elege
porque seus apoiadores pedem voto
https://bit.ly/3QUTNTT
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