Luciano Siqueira
O presidente Lula pretende conversar pessoalmente com vários atores ativos na cena política: líderes de bancadas na Câmara e no Senado, presidentes de partidos e outras personalidades influentes.
Nada mais natural.
O presidente da República é, a um só tempo, governante e líder político. Tanto quanto coordena a sua própria equipe de governo, há que se articular amplamente — "por cima", como tem feito em certa medida e agora, ao que se anuncia, deve intensificar; e "pela base" da sociedade, em contato direto com o povo, como sempre procura fazer.
Também é natural que embora tenha aprovado o fundamental das proposições do governo, o Senado e a Câmara sejam palco de derrotas pontuais, de certa relevância, como aconteceu recentemente com a derrubada de vetos do presidente em alguns projetos de lei.
Não esqueçamos que Lula se elegeu batendo por pequena margem o seu oponente, o ex-presidente Bolsonaro.
E que para as duas casas legislativas, a extrema direita, o centro-direita e o centro conservador alcançaram larga a maioria.
Ora, se o governo tem que lidar com correlação de forças tão adversa no parlamento, impossível é evitar derrotas, assim como as vitórias — que têm sido predominantes, diga-se — sempre serão fruto de penosas negociações que trazem em seu bojo inevitáveis e concessões.
Esse é o movimento real.
Fora disso, tudo não passa de especulações ou jogo de cena destinado atingir, com cores mais fortes, as dificuldades políticas reais do governo em seu relacionamento com as duas instâncias parlamentares.
O correto é analisar os fatos com os pés fincados na realidade concreta, como dizia o revolucionário russo Georgi Plekhanov.
Um comentário:
Parabéns Luciano Siqueira pelo excelente comentário !!!! Avancemos na construção de uma verdadeira democracia em nosso país!!!@
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