Bolsonaro
e o baile da Ilha Fiscal
Luciano
Siqueira, no portal Vermelho
O
bicentenário da Independência do Brasil converteu-se ontem, por iniciativa do
presidente da República, em mero comício eleitoral e deprimente espetáculo de
mau uso dos recursos públicos.
As imagens na
TV chegam a impressionar pela multidão ensandecida em Brasília, na praia
carioca de Copacabana e na avenida Paulista, em São Paulo.
Uma massa em
grande parte transportada por igrejas evangélicas ultraconservadoras e
empresários impregnados de presunções golpistas.
Uma
demonstração de força?
Nada
disso.
O Bolsonaro
que foi às ruas ontem carregava nas costas o peso de consistente liderança de
Lula nas pesquisas, elevadas taxas de rejeição ao seu modo de governar e
reiteradas revelações sobre a suspeita compra de imóveis em dinheiro vivo por
ele próprio e seu clã.
Simbólico que
o principal personagem da ópera bufa encenada em praça pública tenha feito uso
de ridícula imagem machista - como para que ele próprio pudesse se convencer de
uma inverdade -, se dizendo "imbrochável".
As próximas
pesquisas eleitorais provavelmente aferirão o impacto das manifestações de
ontem. Não será surpresa se a candidatura à reeleição do patético mandatário
afundar mais ainda.
Tanto quanto
seu acentuado isolamento político, simbolicamente expresso na ausência dos
presidentes da Câmara e do Senado e do STF no evento oficial em Brasília.
O
apequenamento do presidente é flagrante. E irreversível.
E também o
seu delírio à moda Trump: tumultuar para tentar se manter no poder.
O que faz
lembrar a histórica última festa do Império, o Baile da Ilha Fiscal.
Tal como em 9
de novembro de 1889 com a corte imperial dias antes da Proclamação da
República, ontem o presidente, seus ministros mais fiéis, a matilha de
empresários golpistas ,líderes evangélicos de extrema direita e influencers
oportunistas pareciam ignorar a derrota eleitoral iminente.
De quebra,
Jair Messias Bolsonaro acrescentou mais uma penca de crimes pelos quais haverá
de responder posteriormente. Pois usar bens, materiais, serviços ou servidores
públicos em benefício de candidato (em desfiles, inaugurações, atos públicos
etc.) constitui descumprimento da legislação eleitoral (art. 73, incisos I a
III, da Lei das Eleições – Lei 9.504/1997).
Às forças
oposicionistas — a ampla frente reunida em torno da candidatura de Lula,
sobretudo — cabe agora deixar o fascista falando sozinho e afirmar, cada vez
mais intensamente, nas redes, na grande mídia e nas ruas, sua própria agenda
propositiva, destinada a vencer as eleições, deter a crise e promover a
reconstrução nacional.
Leia também: O pomo da concórdia https://bit.ly/3AMYz0w
Bolsonaro
e o baile da Ilha Fiscal
Luciano
Siqueira, no portal Vermelho
O bicentenário da Independência do Brasil converteu-se ontem, por iniciativa do presidente da República, em mero comício eleitoral e deprimente espetáculo de mau uso dos recursos públicos.
As imagens na TV chegam a impressionar pela multidão ensandecida em Brasília, na praia carioca de Copacabana e na avenida Paulista, em São Paulo.
Uma massa em grande parte transportada por igrejas evangélicas ultraconservadoras e empresários impregnados de presunções golpistas.
Uma demonstração de força?
Nada disso.
O Bolsonaro que foi às ruas ontem carregava nas costas o peso de consistente liderança de Lula nas pesquisas, elevadas taxas de rejeição ao seu modo de governar e reiteradas revelações sobre a suspeita compra de imóveis em dinheiro vivo por ele próprio e seu clã.
Simbólico que o principal personagem da ópera bufa encenada em praça pública tenha feito uso de ridícula imagem machista - como para que ele próprio pudesse se convencer de uma inverdade -, se dizendo "imbrochável".
As próximas pesquisas eleitorais provavelmente aferirão o impacto das manifestações de ontem. Não será surpresa se a candidatura à reeleição do patético mandatário afundar mais ainda.
Tanto quanto seu acentuado isolamento político, simbolicamente expresso na ausência dos presidentes da Câmara e do Senado e do STF no evento oficial em Brasília.
O apequenamento do presidente é flagrante. E irreversível.
E também o seu delírio à moda Trump: tumultuar para tentar se manter no poder.
O que faz lembrar a histórica última festa do Império, o Baile da Ilha Fiscal.
Tal como em 9 de novembro de 1889 com a corte imperial dias antes da Proclamação da República, ontem o presidente, seus ministros mais fiéis, a matilha de empresários golpistas ,líderes evangélicos de extrema direita e influencers oportunistas pareciam ignorar a derrota eleitoral iminente.
De quebra, Jair Messias Bolsonaro acrescentou mais uma penca de crimes pelos quais haverá de responder posteriormente. Pois usar bens, materiais, serviços ou servidores públicos em benefício de candidato (em desfiles, inaugurações, atos públicos etc.) constitui descumprimento da legislação eleitoral (art. 73, incisos I a III, da Lei das Eleições – Lei 9.504/1997).
Às forças oposicionistas — a ampla frente reunida em torno da candidatura de Lula, sobretudo — cabe agora deixar o fascista falando sozinho e afirmar, cada vez mais intensamente, nas redes, na grande mídia e nas ruas, sua própria agenda propositiva, destinada a vencer as eleições, deter a crise e promover a reconstrução nacional.
Leia também: O pomo da concórdia https://bit.ly/3AMYz0w
Nenhum comentário:
Postar um comentário