Tudo indica que os
ventos vão soprar a favor do Brasil no Qatar
Porém,
como ocorre comigo algumas vezes, preciso ver para crer
Tostão, Folha de S.
Paulo
No
meio de semana, tivemos, pela Libertadores,
pela Sul-Americana e
pela Liga dos
Campeões da Europa, várias belas e bem jogadas partidas, com muitas
alegrias, tristezas e emoções. É a vida pulsando nos gramados.
O Athletico mostrou,
mais uma vez, que é um dos grandes do futebol brasileiro. O Palmeiras, que
nas duas últimas Libertadores ganhou graças à competência e a alguns detalhes
imprevisíveis, como o pênalti perdido por Hulk e o grave erro de Andreas
Pereira, foi eliminado
por causa da eficiência da equipe paranaense e também por
detalhes, como a expulsão do zagueiro Murilo.
O Flamengo está
em mais uma final. Talento é tornar claro, simples, o que é complexo, como fez Dorival
Júnior ao escalar os melhores nas posições certas. Não
confundir com simplificação, com a diminuição da importância do que é grande.
O São Paulo, nos
pênaltis e com a ajuda da vibração dos atletas e dos torcedores, chegou à final
da Sul-Americana.
Na
Liga dos Campeões, três grandes centroavantes, Haaland,
Lewandowski e Richarlison, brilharam nos novos times. Eu, que algumas vezes
preciso ver para crer, tinha dúvidas se Haaland e Lewandowski se adaptariam ao
Manchester City e ao Barcelona, duas equipes que trocam muitos passes curtos,
que enfrentam defesas fechadas e que não tinham o hábito de jogar com um
clássico centroavante.
Tem
acontecido o contrário. Como City e Barcelona pressionam e a bola está sempre
perto do gol adversário, os dois, por serem altos e fortes e por se
posicionarem muito bem, têm mais chances de fazer gols. Além disso, Haaland
possui uma arrancada impressionante, de poucos metros, para chegar aos pequenos
espaços e entre os defensores, para finalizar. Lewandowski tem mostrado, no
Barcelona, muito mais habilidade e fantasia do que tinha no Bayern.
Na
onda de ver para crer, temia que Vinicius
Junior, pelo que jogou no primeiro ano no Real Madrid,
fosse se tornar mais um entre dezenas de pontas dribladores e rápidos,
espalhados pelo mundo, que possuem pouca lucidez e técnica para se tornar
grandes jogadores. Vinicius está a cada dia melhor. Aprendeu com Benzema e com
o técnico Ancelotti, como disse Tite, a ser também um jogador associativo.
Mas
o grande lance da semana, apoteótico, foi Neymar parar
a bola na intermediária, enfiar o pé por baixo dela, como uma colher, e jogá-la
por cima de vários zagueiros, para cair no lugar e no tempo certos, para Mbappé
finalizar com precisão.
Pela
importância que Neymar tem para a seleção, Tite
carrega uma grande dúvida, que também é minha e de todos, se escala Neymar com
ou sem um centroavante à frente. A opção muda o posicionamento do jogador e a
estrutura e a escalação do meio-campo, pois não há lugar,
juntos, para Paquetá, Vinicius Junior, Raphinha ou Antony, Fred, Casemiro,
Neymar e mais um centroavante. Alguém teria de ficar fora.
Seja
qual for a opção de Tite, Neymar
deveria jogar da intermediária para o gol, como tem feito no PSG, com o novo
treinador, sem recuar para receber a bola no próprio campo, como fazia, nem
voltar para marcar pela esquerda, pois isso é feito pelo ala do time francês,
no esquema com três zagueiros. Na seleção, essa marcação pelo lado seria feita
por Vinicius Junior. A única participação defensiva de Neymar seria marcar o
volante, na saída da bola, como quer Tite.
Tudo
indica, conspira, que os ventos vão soprar a favor do Brasil no Qatar. Porém
preciso ver para crer.
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