22 outubro 2022

Enio Lins opina

DIAS DE FÚRIA

Enio Lins, tribunahoje.com

 

Estamos a uma semana da decisão final das eleições 2022. Domingo, 31, no cair da noite subirão ao infinito e além os resultados das urnas. Daqui até lá são menos de sete dias de grandes estresses, de renhidas batalhas e de tentativas desesperadas de alteração no rumo dos acontecimentos. E existem as almas sebosas que nem a pau tiram da cachola o sonho de um golpe capaz de reverter as tendências conhecidas.

Também é verdade que essas eleições, no quesito presidencial, estão andando conforme o previsto, sem grandes surpresas. As pesquisas, tão temidas por alguns, acertaram (os institutos mais respeitáveis) nas previsões sobre a disputa pela faixa verde-amarela, ao indicar o favoritismo de Lula, inclusive com a possibilidade de vitória no primeiro turno, e disseram da força da candidatura de Jair B. à reeleição. E anteciparam que as demais candidaturas eram quase nada.

O segundo turno
, igualmente, anda conforme as previsões. Jair B., animado pelo fato de ter escapado da foice no primeiro turno, bota mola para virar o jogo, e isso é direito dele. Luiz Inácio enfrenta o desalento de parte de sua tropa por não ter levado a faixa de primeira. Impulsionada pelos bilhões de reais do famigerado Orçamento Secreto e por valores ainda não mensurados vindos dos endinheirados apoiadores, a candidatura Jair/Braga avançou um pouco mais que a candidatura Lula/Alckmin – que preserva a dianteira.

Previsível também
 é alguma patranha de alto coturno vinda da trupe 22, pois quando era a gangue 17, em 2018, providenciaram uma incrível facada salvadora, no momento certo, para complementar o golpe jurídico que prendeu e tirou da disputa o candidato favorito em benefício do Capitão de milícias. Tentarão algo grande, isso é certo, além da montanha de dinheiro que está sendo despejada no processo para comprar votos.

Previsível foi (é) a letargia na turma 13, pois a ilusão de vitória fácil causou prejuízo grande, embora reversível. Em momentos como nos atos com a presença de Lula, o velho vigor combativo enche e eletriza a ruas, mas no dia a dia, a modorna toma conta das militâncias democráticas antes tão aguerridas. Como disse o filósofo Leo Ailtonvich, “a esquerda perdeu as ruas para a direita desde 2013, quando das manifestações ‘por algo mais que 10 centavos’ contra Dilma”. É hora da militância abandonar essa pachorra e, em menos de sete dias, dar o calor que precisa ser dado – ou o Capiroto leva mais essa.

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