ONU alerta para
níveis históricos de emissões de gases de efeito estufa em 2021
Alta anual de emissão de metano superou
recorde de cerca de quatro décadas; até o ano passado, dióxido de carbono
superou níveis médios da última década; para conter o aquecimento global,
emissões de CO2 precisavam ser cortadas em 43% até 2030.
ONU News
Os níveis atmosféricos dos três
principais gases de efeito estufa atingiram novos recordes no ano passado,
segundo a Organização Meteorológica Mundial, OMM.
Nesta quarta-feira, a agência da
ONU alertou para a maior alta anual nas concentrações de metano. O fenômeno
registrado pela primeira vez, em 2021, nunca foi observado desde que as
medições sistemáticas começaram há quase 40 anos.
Alta da taxa média de crescimento anual
Quanto ao
dióxido de carbono, os níveis estiveram acima da taxa média de crescimento
anual da última década durante o período em análise. O Boletim de Gases de
Efeito Estufa revela que as concentrações de CO2 no ano passado foram de 415,7
partes por milhão, ppm.
As emissões de
metano chegaram a 1.908 partes por bilhão, enquanto as de óxido nitroso
alcançaram 334,5 ppb.
Esses valores
correspondem a 149%, 262% e 124% respectivamente quando comparados aos níveis
pré-industriais. A razão para o aumento excepcional não é clara, mas parece ser
resultado de processos biológicos e induzidos pelo homem.
A medição
feita pelas mais de 150 estações da rede Global Atmosphere Watch da OMM mostram
que esses níveis continuam em alta em todo o mundo.
COP27
Entre 1990 e
2021, o efeito de aquecimento por gases de efeito estufa de longa duração subiu
quase 50%, com o dióxido de carbono respondendo por cerca de 80% desse aumento.
Com o
relatório, agência espera incentivar os negociadores da Conferência das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP27, marcada para Sharm el-Sheikh, Egito.
A meta é
impulsionar a ambição para se alcançar a meta do Acordo de Paris de limitar o
aquecimento global para bem abaixo de 2º C , de preferência a 1,5 º C, em
comparação com os níveis pré-industriais.
Leia também: Frente a um quadro terrível de destruição
do Estado e do desmonte das políticas públicas de forma generalizada, ganha
destaque a questão ambiental https://bit.ly/3Do52AT
A OMM destaca
que a temperatura média global está agora mais de 1,1°C acima do nível
pré-industrial de 1850-1900.
Contribuições
Nacionais Determinadas
Ainda esta
quarta-feira, um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas, Ipcc, revela que as contribuições nacionais determinadas estão
levando o planeta a um aquecimento de pelo menos 2,5 º C, “um nível considerado
catastrófico”. As medidas tomadas pelos governos visam combater as
emissões e mitigar as mudanças climática.
Os planos
climáticos atuais mostram um aumento de 10,6%, após a estimativa de cientistas
indicando que para conter o aquecimento global, as emissões de CO2 precisavam
ser cortadas em 43%, até 2030, em comparação com os níveis de 2010.
O nível
corresponde, no entanto, a uma melhoria em comparação com o relatório do ano
passado. A medição revelou um aumento de 13,7% até 2030 e uma alta contínua das
emissões após o período.
O secretário
executivo da Unfcc, Simon Stiell, disse que a tendência de queda nas emissões esperada
para os próximos oito anos mostra que as nações fizeram algum progresso este
ano. Mas ressaltou que a ciência é clara, assim como as metas climáticas sob o
Acordo de Paris, que o mundo ainda não está “nem perto da escala e do ritmo de
redução de emissões necessários para nos colocar no caminho de um mundo de 1,5º
C”.
Esperança
Simon Stiell
ressaltou que os governos nacionais precisam fortalecer seus planos de ação
climática agora e implementá-los nos próximos oito anos.
No ano
passado, durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas,
COP26, em Glasgow, Escócia, todos os países concordaram em revisar e fortalecer
seus planos climáticos. Do total de 193 nações, apenas 24 apresentaram planos
atualizados às Nações Unidas.
Este desempenho
é considerado “decepcionante”. Para o chefe de Mudanças Climáticas “as decisões
e ações do governo devem refletir o nível de urgência, a gravidade das ameaças
que enfrentamos e a brevidade do tempo que nos resta para evitar as
consequências devastadoras das mudanças climáticas descontroladas.”
A boa notícia
é que a maioria dos países que apresentaram um novo plano reforçou seus
compromissos, demonstrando mais ambição no enfrentamento das mudanças
climáticas. A UnfcceguevanmzEGUEVANE considera que esse fato é um “vislumbre de
esperança”.
Leia
também: Mudanças climáticas: - verdades ou falácias? https://bit.ly/3Cghod7
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