Lula, Biden e a
diplomacia
Luciano Siqueira
O encontro entre os
presidentes Lula e Biden em Washington, hoje, ocupa o noticiário internacional e
brasileiro com destaque.
Natural que assim
seja.
Ambos governam nações
muito importantes no cenário global.
Os EUA, ainda que em
tendência declinante, mantém-se maior potência do Ocidente.
O Brasil, agora
reinserido na cena mundial, tem papel coprotagonista no mundo em transição para
um desenho multipolar. Exerce reconhecida liderança no
subcontinente sul-americano e a estende à América Central.
Tem na República
Popular da China, alvo prioritário dos norte-americanos, seu principal parceiro
comercial.
Esses elementos por
si já dão relevância ao diálogo Lula-Biden.
E como acontece nas
relações diplomáticas, nem tudo o que terá sido discutido virá à luz. O
comunicado conjunto, como de praxe, ressaltará pontos convergentes e, se
possível, gestos práticos concretos — como o ingresso dos EUA entre os
contribuintes do fundo de defesa da Amazônia.
Certamente a parte
norte-americana gostaria de obter de Lula uma posição mais incisiva contra a
Rússia no conflito com a Ucrânia e a Otan – o que não refletiria, de fato, a
posição brasileira.
Ao superar a condição
de paira internacional a que havia sido conduzido pelo presidente energúmeno
Jair Bolsonaro, o Brasil deve se credenciar como interlocutor para a
solução, ou no mínimo a redução de tensões, em vários conflitos que palmilham o
cenário mundial.
Isto quer dizer
recuperar a tradição de relativa neutralidade da diplomacia brasileira. O
inverso do alinhamento automático com os EUA e passaporte para as boas relações
com o mundo asiático, a China em especial, e nossos parceiros africanos.
Então parece correto
destacar, sobretudo, a convergência dos dois presidentes no combate comum ao
golpismo trumpista-bolsonarista.
Já será um ganho mútuo.
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