07 julho 2023

Aquecimento cotidiano

Os motivos que levaram planeta a ter dia mais quente já registrado

Matt McGrath/BBC

 

A temperatura média global atingiu um novo recorde na segunda-feira (03/07), chegando a 17ºC pela primeira vez.

Pesquisadores americanos disseram que o valor é o mais alto desde que o monitoramento por satélite começou, em 1979, e possivelmente desde que há registros por instrumentos mais antigos, desde o final do século 19.

Cientistas dos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos EUA afirmaram que a temperatura média global atingiu 17,01°C em 3 de julho, quebrando o recorde anterior de 16,92°C em agosto de 2016.

Os cientistas acreditam que uma combinação do evento climático natural El Niño e as contínuas emissões de dióxido de carbono pela humanidade estão aumentando o calor.

O mês passado também foi confirmado como o junho mais quente já registrado no mundo.

Os especialistas estão preocupados com o aumento das temperaturas em terra e no mar.

O calor recorde da primavera na Espanha e em muitos países da Ásia foi seguido por ondas de calor no mar em pontos onde isso é bastante incomum, como o Mar do Norte.

Nesta semana, a China continuou sofrendo com uma duradoura onda de calor, enquanto o sul dos EUA também está passando por condições sufocantes.

"A temperatura média do ar na superfície atingir 17°C pela primeira vez desde que temos registros confiáveis ​​é um marco simbólico significativo em nosso mundo em aquecimento", avalia o climatologista Leon Simons.

A Oscilação Sul do El Niño, ou ENSO, tem três fases diferentes: quente, fria ou neutra. É a flutuação mais poderosa no sistema climático da Terra.

"Agora que a fase mais quente do El Niño está começando, podemos esperar muito mais recordes diários, mensais e anuais no próximo um ano e meio."

Karsten Haustein, da Universidade de Leipzig, confirma essa expectativa.

"As chances são de que julho seja o mês mais quente de todos os tempos: desde 'sempre' significa desde o período Eemiano, há cerca de 120.000 anos", diz Haustein.

"Embora as temperaturas do Hemisfério Sul caiam um pouco nos próximos dias, as chances são de que julho e agosto tenham dias ainda mais quentes, já que o El Niño está em pleno andamento".

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