Sinal de alerta
Luciano Siqueira
No mundo conturbado dos dias que correm, países como o Brasil — mesmo incluídos na categoria dos emergentes — sofrem as consequências através de situações críticas sucessivas, de variadas dimensões mas persistentes.
Um exemplo é o que ocorre na relação entre os chamados três poderes da República, que está longe de corresponder ao preceito constitucional da independência e do equilíbrio.
Outro é a gangorra a que as Forças Armadas estão submetidas a partir de um envolvimento exagerado e comprometedor com as diatribes do governo Bolsonaro.
Do ponto de vista da luta transformadora de caráter popular e progressista, em tese esses seriam fatores de fragilidade dos verdadeiros diques de contenção impostos pelo Estado de classe eletista.
Mas isso não basta.
O enfraquecimento do Estado conservador será certamente um dos fatores positivos quando da eclosão de um nível superior de luta em favor de reformas estruturais que venham tanto a elevar o padrão de vida material e espiritual do povo como o seu nível de consciência, permitindo o vislumbre de transformações mais avançadas na sociedade brasileira.
Entretanto, na atualidade, numa correlação de forças complexa e plena de obstáculos e armadilhas, preferível é que o conflito social e político ocorra sobre um padrão de convivência institucional minimamente estável.
Isto para que a luta continuada e a conquista gradual e sucessiva de êxitos quanto aos interesses fundamentais do povo e da soberania da nação possam se traduzir na elevação do nível de consciência e de organização do povo.
Este é um viés a considerar na análise concreta da conjuntura política do país neste exato momento.
Estejamos atentos e empenhados em fazer avançar a luta democrática e popular; e ao mesmo tempo precavidos contra o risco de retrocessos para os quais a ampla frente democrática que ora governa o país talvez ainda não esteja preparada.
Nem tudo o que reluz é ouro https://bit.ly/3Ye45TD
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