Eleições municipais antes do perú do Natal*
Luciano Siqueira
Cá em terras maurícias costuma-se dizer que a fase preliminar das eleições começa mesmo após o peru do Natal. É quando líderes, pré-candidatos e partidos iniciam especulações e tratativas que vão desembocar nas convenções partidárias, em junho.
Mas nem sempre.
Agora mesmo há sinais de que as pedras do tabuleiro se movimentam com muita antecedência.
Inclusive pesquisas destinadas a testar o potencial dos pretendentes que já puseram a cabeça de fora.
Caso da capital de São Paulo, que aponta o deputado Guilherme Boulos (PSOL) na dianteira.
Ou do Recife, assinalando um hipotético franco favoritismo do atual prefeito João Campos (PSB).
Certamente as coisas se antecipam em ambiente positivamente influenciado pela vitória de Lula no pleito presidencial e pela continuidade da acirrada luta de extremos, tendo o esperneio do bolsonarismo como uma das variáveis.
Será também a primeira disputa municipal com a presença das federações partidárias - como a Brasil da Esperança, composta pelo PT, PCdoB e PV.
Nesse particular, um novo aprendizado: marchar juntos desde o início, compartilhando intenções e expectativas e respeitando a opinião e o papel de cada partido federado.
Também muita paciência e habilidade na busca de alianças amplas e eleitoralmente viáveis.
Para o PCdoB https://shre.ink/nLry uma empreitada que se conecta com a grande tarefa de levar ao êxito o governo Lula e, portanto, viabilizar a transição a uma nova situação no país, propiciando novo ciclo de transformações e conquistas de caráter progressista.
Vale dizer, postura aberta, ampla e ao mesmo determinada na construção de vitórias eleitorais e políticas, em especial nas capitais e demais cidades grandes e médias - que pesam na correlação de forças em âmbito nacional.
Em certa medida, construções que também reforcem mandatos parlamentares federais e condições para ampliar significativamente os eleitos em 2026, de olho na governabilidade na sucessão deste terceiro governo Lula.
Uma operação, portanto, que envolve a política “por cima” - na busca de alianças consistentes entre partidos e segmentos sociais ativos - e “pela base”, desde já estreitando os laços militantes com a classe trabalhadora e o povo em geral, mediante organizações de base ativas e bem orientadas.
Desde já. Bem antes da ceia do Natal...
*Texto da minha coluna no portal Vermelho nesta quinta-feira.
Tudo o que importa vale debater https://bit.ly/3Ye45TD
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