Não deu para omitir
Luciano
Siqueira
A grande mídia corporativa não se conteve diante da procissão de revelações a proposta da trama golpista.
Talvez até preferisse dar um destaque mais ameno ao assunto. Mas teve
que se render à gravidade dos fatos revelados.
E não fazem o menor sentido falas de bolsonaristas e do próprio
ex-presidente arguindo que "pensar não é crime". Ou seja, desejaram
comer a fruta, porém não fizeram...
Ocorre que fizeram, sim.
Na extensa peça de cerca de 800 páginas que fundamenta o indiciamento
dos acusados, registram-se fatos por si mesmos tão graves quanto comprobatórios
da participação ativa do então presidente da República e de alguns dos seus
ministros no plano golpista.
Basta anotar que o esquema da frustrada conjura para assassinar o então
eleito presidente Lula, seu vice Geraldo Alckmin e o presidente do TSE, ministro
Alexandre de Moraes, foi reproduzido em impressora no Palácio da
Alvorada.
E a minuta do expediente jurídico golpista, todos lembramos, lá atrás
fora encontrada na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Diante da profusão de fatos relatados, parte substancial deles
confirmada na peça de delação premiada do ex-ajudante de ordens tenente-coronel
Mauro Cid, certamente não restará ao procurador-geral da República outra
alternativa que não processar os acusados.
Daí em diante, o Poder Judiciário terá que enfrentar o desafio de
consumar os processos devidos e certamente proferir a condenação dos que
conspiraram contra as instituições democráticas.
De outra parte, bem ao estilo de Donald Trump, Bolsonaro e seus
seguidores mais íntimos encenarão a peça bufa da vitimização.
Acompanhemos.
[Ilustração: Infográfico de O Globo]
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