Os jornais registram manifestações de descontentamento do presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer, porque o presidente Lula conversa com parlamentares e dirigentes do seu partido a propósito da composição do segundo governo, e com ele não. Observa o presidente peemedebista, que tal conduta de Lula não contribui para o fortalecimento da instituição partidária e, de quebra, acentua os traços de um partido dividido.
A tese parece correta. Mas a realidade é bem outra.
Qualquer criança sabe que o PMDB, esse grande partido de tradição desenvolvimentista e democrática e de postura centrista, tem um papel importante a cumprir, notadamente colaborando para as condições de governabilidade. Mas sabe também que é mesmo um partido dividido – e que o deputado Temer sempre foi um dos mais ativos no combate ao governo Lula, enquanto a imensa maioria dos seus correligionários marchava em favor da reeleição do presidente. Assim, fazer de contas de que o PMDB é uno e tratá-lo em bloco, poderia valorizar a tese, porém não corresponderia à realidade.
A unidade e a coesão partidária, para que expresse com nitidez seus compromissos programáticos é um assunto do próprio PMDB, a ser resolvido em fóruns próprios.
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