O que está em jogo é o
desmonte do Brasil
Emir Sader, Brasil 247
A maior
operação midiática, judicial, policial, que o Brasil ja conheceu, de caráter
totalitário, de manipulação, contra o Lula e o PT, o que visa é esconder a
monstruosa destruição do Brasil como país e sua redução às estreitas margens do
mercado.
Nunca houve tantas suspeitas sem comprovação, convicções sem provas,
campanhas diárias de tentativas de redução do maior líder da história politica
do pais e do partido popular mais importante da historia do Brasil a episódios
de crônica policial.
Servem para desviar a atenção dos maiores crimes que se cometem contra o
Brasil, contra o patrimônio publico, contra as políticas sociais, contra os
direitos dos trabalhadores, contra a soberania do Brasil como pais. Enquanto se
liquida a Petrobras, fatia a fatia, para os grandes grupos internacionais da
energia, enquanto se compromete o futuro do pais, legislando de maneira cruel
contra as políticas e os direitos sociais dos brasileiros, enquanto se tenta
revogar os direitos históricos dos trabalhadores, enquanto se tenta conter a
inflação excluindo o mercado pelo desemprego a milhões de trabalhadores – se
realiza uma operação de manipulação e desvio da atenção da população, para
acusações tão reiteradas quanto sem provas contra o Lula.
Enquanto se destrói o pais, se tenta destruir a imagem publica do maior
líder político do pais. Ambos estão associados indissoluvelmente. O tipo de
país que se quer destruir está ligado indissoluvelmente a quem comandou sua
construção como pais menos injusto, mais democrático, soberano. Conforme acusam
o Lula sem provas, reiteradamente, e ele se reúne com o povo nas ruas, eles se
dão contra que o povo conhece o Lula, confia nele, reconhece nele o responsável
político pelo pais melhor que todos viveram. Então podem apelar, uma vez mais,
para a prisão, arbitraria, como na vez anterior.
Naquela sexta feira de fevereiro deste ano Lula amanheceu como preso
politico e terminou o dia com 10 minutos no Jornal Nacional. Deu errado a
operação midiática do juiz fascista e fantoche dos EUA. Se arriscarão de novo?
Deixar o Lula livre é deixa-lo com o poder da palavra, do contato direto com o
povo. Prendê-lo traz o risco das reações populares, além de que em algum
momento ele sai, ainda maior do que entrou.
Lula deve falar ao povo, ao país, ao mundo, dizendo de que não se trata
de acusações sem fundamento, apenas, de reiteradas campanhas de difamação, mas
do desmonte do pais. E desmontar o pais significa, ao mesmo tempo, tentar
acusar, condenar, prender, quem representa esse país. As acusações fazem parte
dessa operação. Destruir o país e deixar livre quem, aos olhos do povo, é a
própria imagem desse pais, seria permitir que essa denuncia seja veiculada pela
voz mais qualificada para fazê-lo.
Disso se trata: se está desmontando o pais e se requer destruir a imagem
de quem representa, melhor que qualquer outro, a esse país.
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