Grupos no WhatsApp,
sim ou não?
Luciano
Siqueira
Tenho enorme dificuldade de acompanhar grupos no WhatsApp,
mesmo os presumivelmente importantes.
Incomoda-me o excesso de elogios mútuos em tom nitidamente demagógico,
as mensagens de autoajuda e as piadas quase sempre de péssimo gosto.
E quando algo importante é postado, frequentemente perco de
vista por causa da profusão das bobagens que se seguem.
Ainda estou em uns três grupos por absoluta necessidade – ou
impossibilidade de sair. Mas sou, seguramente, o integrante mais desatento.
Já as listas de transmissão eu gosto. Faço chegar uma
mensagem a uns duzentos e poucos amigos e amigas por lista; as respostas só eu
as recebo e a partir daí travamos um bom e objetivo diálogo.
Mas bem sei que a proliferação de grupos é uma imensa e
incontrolável praga. As pessoas mais se divertem do que trocam informações de
interesse comum, ideias e experiências.
Esse tipo de diversão não me interessa.
Os grupos de WhatsApp também servem para destilar ideias
extremistas, sectárias e odiosas. Uma espécie de catarse de tresloucados.
A Folha de S. Paulo acompanhou alguns grupos de extrema
direita por um meio ardiloso que protegeu a reportagem.
Alguns
deles se dizem fascistas e exibem fotos de ícones do nasi-fascismo: Adolf Hitler,
Benito Mussolini, Plínio Salgado, Antonio Salazar e que tais.
Alguns
apoiam o capitão Jair Bolsonaro plenamente, outros nem tanto – com a ressalva
de que o consideram “liberal”.
Contraditoriamente, vários deles têm no sionismo e no Estado de Israel alvos preferidos. Negam a ocorrência do Holocausto.
Contraditoriamente, vários deles têm no sionismo e no Estado de Israel alvos preferidos. Negam a ocorrência do Holocausto.
LGBTs também estão entre os alvos prediletos, assim como “comunistas”, segundo conceito algo
difuso.
Há
muito lixo. Sequer tive paciência de ler toda a reportagem. Tenho mais que
fazer.
Mas
o fato é que grupos bem administrados e com foco definido bem que poderiam ser
úteis. Afinal, como diz um competente e sério companheiro de luta, nos dias que
correm o que não estiver no WhatsApp praticamente não existe.
Será?
[Ilustração: LS]
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