Bolsonaro deixou população ainda mais avessa aos militares
na política
Imagem das Forças Armadas sofreu forte desgaste nos últimos
meses
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O governo Jair Bolsonaro prejudicou sensivelmente a imagem das Forças Armadas, a ponto de, pela primeira vez, mais da metade dos brasileiros achar que a participação de militares no governo e na política é prejudicial para o País. É o que aponta a nova pesquisa PoderData realizada nesta semana.
Conforme o levantamento, 52% consideram a presença de representantes das Forças Armadas nesses campos “ruim” para o Brasil – taxa recorde na série de pesquisas. É um aumento de sete pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, feito no final de abril, e de 15 pontos percentuais desde maio de 2020.
Já a proporção dos que consideram a participação dos fardados como positiva caiu três pontos percentuais no mesmo período, passando de 35% para 32%. O resultado indica que a imagem das Forças Armadas sofreu forte desgaste nos últimos meses – nunca tantos brasileiros se disseram tão avessos aos militares na política.
No mesmo período, o governo de Jair Bolsonaro, que tem forte presença dos militares, registrou suas taxas mais altas de reprovação. A percepção sobre a participação de militares no governo e na política acompanha a avaliação do presidente: 77% dos que rejeitam Bolsonaro também desaprovam a atuação de integrantes das Forças Armadas nesses campos.
O período de aumento de ambas as rejeições coincide com a revelação de que militares estão envolvidos em esquemas de corrupção na compra de vacinas anti-Covid-19. As denúncias ganharam destaque com a CPI da Covid no Senado.
A pesquisa PoderData ouviu 2.500 pessoas, de 16 a 18 de agosto, em 433 municípios de todos os estados. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
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