19 junho 2022

Perdido, tumultua

A agenda do caos bolsonarista se encurta

Dorrit Harazim, O Globo

 

Já é fato que a eleição presidencial de outubro próximo será a mais decisiva para o Brasil tal qual o conhecemos. Também já é dada como fato a intenção bolsonarista de tumultuar o resultado caso este se revele desfavorável à reeleição do chefe. A novidade está no agendamento do caos, cuja régua encurta em proporção inversa à autofagia democrática de Jair Bolsonaro. De início, dada a blitzkrieg do governo demonizando o voto eletrônico, o temor de um descarrilhamento à força concentrou-se no que poderá ocorrer em outubro, mês do primeiro e segundo turnos da votação. Todas as pesquisas de opinião iniciais sugeriam que o vencedor só seria conhecido no segundo turno — com derrota infalível do capitão, fosse quem fosse seu adversário. Portanto uma tentativa de obstrução institucional parecia ter data marcada: a partir do domingo 30 de outubro. De uns tempos para cá, porém, algumas pesquisas têm sugerido a possibilidade de vitória do candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva já no primeiro turno ou têm apontado para o aumento da distância entre Lula e Jair. De pronto, a retórica golpista do presidente também deu uma acelerada no tempo, movendo sua “miliciância” (fusão ideológica de milícia + militância armada) a tumultuar a partir do 2 de outubro.

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Veja: Bolsonaro age como derrotado https://bit.ly/3wzziDL

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