Descontente com Bolsonaro,
Centrão pode migrar para Lula
www.pcdob.org.br
O início da campanha eleitoral é visto como decisivo para partidos e
lideranças do Centrão, hoje abrigados sob a candidatura à reeleição do
presidente Jair Bolsonaro (PL). Nas últimas semanas, o grupo começou a
registrar as primeiras defecções. Mas, conforme o UOL, diversos
candidatos e setores já ensaiam uma debandada maior, rumo à campanha do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de
intenção de voto.
Um gesto significativo nesse sentido foi a adesão do deputado federal
Neri Geller (PP-MT), candidato ao Senado e “um dos representantes da bancada
ruralista” no Congresso. O Mato Grosso é um dos estados onde o agronegócio tem
mais força – e, por isso, o apoio de Geller a Bolsonaro seria natural. Porém,
em julho, o parlamentar costurou o apoio do PT – e de Lula.
“Ex-ministro da Agricultura no governo Dilma Rousseff (2014), Geller
está conversando com as lideranças do PT e encaminhando uma aliança no seu
estado e também no setor, o que parece já render frutos para o lado petista”, diz
o UOL. Se em 2018 o agro aderiu com força a Bolsonaro, agora Lula
conseguiu atrair uma e outra fração ruralista.
Tanto que “algumas das principais associações do agronegócio”, como a
Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), já se
posicionaram a favor da democracia e contra o golpismo de Bolsonaro. Essas
entidades “assinaram o manifesto da Coalizão Brasil Clima, Florestas e
Agricultura, movimento pró-sistema eleitoral que reúne 300 companhias do
agronegócio, indústria e varejo, entidades e organizações ambientalistas”.
O UOL também lembra que, no Piauí, o PP (Progressistas)
foi ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para impedir que materiais de campanha
de seus candidatos tenham fotos de Bolsonaro. O Piauí apoia a candidatura ao
governo do estado de Silvio Mendes (União Brasil), que declarou não fazer
campanha para o presidente.
Interlocutores do Centrão reclamam da falta de compromisso de Bolsonaro
com o grupo. O presidente não pagou a maior parte das emendas “orçamento
secreto”, no que parece ser uma chantagem para manter parlamentares desses
partidos alinhados por mais tempo ao governo.
Mesmo assim, o Centrão quer manter diálogo com o próximo presidente,
seja ele quem for. “No Norte e no Nordeste, as lideranças políticas em geral
flertam com Lula. Bolsonaro tem mais adesão no Sul e no Sudeste”, lembra André
César, cientista político e analista da Hold Assessoria Legislativa. Segundo
ele, apesar da “campanha acirrada” em 2022, “esses partidos não fecham portas a
nenhum candidato que tenha realmente pretensões reais ao cargo”. (Por André Cintra).
Eleição de deputados federais é estratégica https://t.co/xB8HCLa4I1
Nenhum comentário:
Postar um comentário