Indícios de “organização criminosa” levaram Moraes a autorizar
operação da PF
Ministro
do STF aponta “fortes indícios e significativas provas” com a finalidade de
atentar contra o Estado de Direito
Tatiane Correia, Jornal GGN
O ministro Alexandre de
Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou ter visto sinais de uma
“verdadeira organização criminosa” contra a democracia, ao autorizar a operação
da Polícia Federal contra um grupo de empresários bolsonaristas.
A
decisão do ministro foi sustentada por representação apresentada pela Polícia
Federal, assinada pelo
delegado Fábio Alvarez Shor, além de evidências obtidas em outras
investigações – Moraes é relator dos inquéritos de fake news e das milícias
digitais.
Tal
decisão foi tomada “em virtude da presença de fortes indícios e significativas
provas apontando a existência de uma verdadeira organização criminosa, de forte
atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político
absolutamente semelhantes àqueles identificados no Inq. 4.781/DF, com a nítida
finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito”.
Segundo
o ministro, os sinais apresentados “revelam a necessidade de bloqueio de contas
bancárias que possam financiar a organização criminosa”, destacando-se ainda
que os empresários em questão não negam a autoria das mensagens.
“Além disso, o
poder de alcance das manifestações ilícitas fica absolutamente potencializado
considerada a condição financeira dos empresários apontados como envolvidos nos
fatos, eis que possuem vultosas quantias de dinheiro, enquanto pessoas
naturais, e comandam empresas de grande porte, que contam com milhares de
empregados, sujeitos às políticas de trabalho por elas implementadas”, lembra
Moraes em sua decisão.
“Esse cenário,
portanto, exige uma reação absolutamente proporcional do Estado, no sentido de
garantir a preservação dos direitos e garantias fundamentais e afastar a
possível influência econômica na propagação de ideais e ações
antidemocráticas”, ressaltou o ministro do STF.
A operação autorizada
por Moraes na última semana teve como foco oito empresários que, em grupo de
WhatsApp, conversavam sobre a possibilidade de um golpe de Estado caso o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições de outubro. As
mensagens foram reveladas pelo
portal Metrópoles.
Os
empresários investigados são Afrânio Barreira Filho, do restaurante Coco Bambu;
Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, do grupo Multiplan; José
Koury, dono do shopping Barra World; Luciano Hang, da rede de lojas Havan; Luiz
André Tissot, da Sierra Móveis; Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii; Meyer
Joseph Nigri, da Tecnisa.
Veja:
Bolsonaro, os militares e a democracia https://bit.ly/3NwQssg
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