19 outubro 2022

Enio Lins opina

TOGA E TUNGA

Enio Lins, tribunahoje,com

 

Muitas críticas pipocaram sobre a presença do ex-juiz e senador eleito Sérgio Moro no debate da Band/UOL, atuando como chumbeta do candidato à reeleição. Bom, o “marreco de Maringá” pode carcarejar à vontade no pé de ouvido do líder dele, pois não ocupa mais a posição de magistrado. Desde quando renunciou oficialmente à magistratura e assumiu sua posição política/eleitoral, ele está apto aos movimentos que jamais deveria ter feito enquanto togado. Agora não é crime. É imoral, mas não ilegal.

Ilegalidade ou imoralidade? Caso importante é o depoimento do porteiro do carioca Condomínio Vivendas da Barra. Moro, ali, como Ministro da Justiça, foi imoral ou criminoso? O falso messias, em novembro de 2019, numa excursão para Riad, Arábia Saudita, declarou: “Estou conversando com o ministro da Justiça para a gente tomar, via Polícia Federal, um novo depoimento desse porteiro pela PF para esclarecer de vez esse fato, de modo que esse fantasma que querem colocar no meu colo como possível mentor da morte de Marielle seja enterrado de vez”, relatou em entrevista à mídia brasileira. Lembram-se? É o caso do assassinato da vereadora carioca e de seu motorista Anderson...

Leiamos a revista Fórum
: “Em novembro de 2019, o porteiro do condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, disse que o ex-PM Élcio Queiroz foi liberado a entrar pelo ‘Seu Jair’, da casa 58 – onde mora Jair Bolsonaro – no dia do assassinato de Marielle e Anderson”. Esse Queiroz (não é o dos cheques da Micheque) foi preso acusado de dirigir do carro de onde partiram os tiros. Ronnie Lessa, também morador desse condomínio, foi preso como autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson. O porteiro, coitado, logo depois mudou o depoimento dizendo que havia confundido o número 58 com 65. Jair, Jairzinho & Carlucho moravam na mansão nº 58 e Ronnie na nº 65. Fácil de confundir? O então ministro Moro interferiu como disse Jair? E onde estará esse porteiro?

Indispensável é lembrar
, mesmo muito resumidamente, a escandalosa “lawfare” cometida pelo então juiz Sérgio Moro & turma contra Lula, arapuca jurídica grosseira que tungou em 2018 a candidatura de Luiz Inácio da Silva em benefício de Jair Messias B., delito sacramentado pela condução do ex-juiz ao posto de ministro da Justiça do presidente cuja sentença possibilitou a eleição. Ali foi confissão de crime, ou não? Chumbeta de debate não significa nada. [Ilustração: Miguel Paiva]

Leia também: Razão e emoção no segundo turno https://bit.ly/3rNUTq9

Nenhum comentário: