20 outubro 2022

Futebol & política

Dia foi um tapa na cara de quem diz que futebol e política não se misturam

Violência no futebol, julgamento de Neymar e Bola de Ouro deixam lições importantes
Walter Casagrande Jr., Folha de S. Paulo


Quero entrar em três assuntos contraditórios.

O primeiro é a invasão dos torcedores do Sport no empate por 1 a 1 com o Vasco na Ilha do Retiro.

O time pernambucano vencia o jogo, quando o árbitro Raphael Klaus corretamente marcou um pênalti para o time carioca.

O jogador Raniel fez o gol e foi comemorar na frente dos torcedores do Sport, e houve uma reação agressiva: a torcida invadiu o campo.

Dizer que a invasão foi resultado da provocação do Raniel é uma inversão de valores.

Nos meus tempos de jogador, quando a torcida adversária pegava no meu pé e eu marcava um gol, fazia o mesmo. Romário se cansou de pedir silêncio à torcida adversária. Edmundo rebolou para o seu marcador emum clássico. Serginho Chulapa sempre provocou nas suas comemorações.

A responsabilidade é da falta de segurança no estádio, com policiamento insuficiente.

Aconteceu praticamente o mesmo no Castelão, no empate entre Ceará e Cuiabá.

Essa invasão é um reflexo também do que estamos passando. Todos estão tensos. O que é preciso, neste momento, é não subestimar a violência que se espalhou pelo país.

O segundo assunto é o contraste dos tempos.

No mesmo dia em que a France Football entregou o Prêmio Bola de Ouro, começou o julgamento de Neymar (entre outros) em Barcelona, por várias acusações. Entre elas está corrupção privada.

Não estou por dentro do processo e nem faço aqui julgamento, até porque nem sei o tamanho do envolvimento do Neymar nessa história.

O contraste é que, quando ele saiu do Santos, todos esperavam que disputasse diversas vezes o prêmio de melhor do mundo.

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https://bit.ly/3EWSIbq

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