Dia foi um tapa na
cara de quem diz que futebol e política não se misturam
Violência no futebol,
julgamento de Neymar e Bola de Ouro deixam lições importantes
Walter Casagrande Jr., Folha de S. Paulo
Quero entrar em três assuntos contraditórios.
O primeiro é a invasão dos torcedores do
Sport no empate por 1 a 1 com o Vasco na Ilha do Retiro.
O time pernambucano vencia o jogo, quando o árbitro Raphael
Klaus corretamente marcou um pênalti para o time carioca.
O jogador Raniel fez o gol e foi comemorar na frente dos
torcedores do Sport, e houve uma reação agressiva: a torcida invadiu o campo.
Dizer que a invasão foi resultado da provocação do Raniel é uma
inversão de valores.
Nos meus tempos de jogador, quando a torcida adversária pegava
no meu pé e eu marcava um gol, fazia o mesmo. Romário se cansou de pedir
silêncio à torcida adversária. Edmundo rebolou para o seu marcador emum
clássico. Serginho Chulapa sempre
provocou nas suas comemorações.
A responsabilidade é da falta de segurança no estádio, com policiamento
insuficiente.
Aconteceu praticamente o mesmo no Castelão, no empate entre Ceará e
Cuiabá.
Essa invasão é um reflexo também do que estamos passando. Todos
estão tensos. O que é preciso, neste momento, é não subestimar a violência que
se espalhou pelo país.
O segundo assunto é o contraste dos tempos.
No mesmo dia em que a France Football entregou o Prêmio Bola de
Ouro, começou o julgamento
de Neymar (entre outros) em Barcelona, por várias acusações. Entre
elas está corrupção privada.
Não estou por dentro do processo e nem faço aqui julgamento, até
porque nem sei o tamanho do envolvimento do Neymar nessa história.
O contraste é que, quando ele saiu do Santos, todos esperavam
que disputasse diversas vezes o prêmio de melhor do mundo.
Leia também: A frente ampla diante da nação dividida
https://bit.ly/3EWSIbq
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