Mídia não discute se Metrô deve ser público ou privado
A mídia critica a greve, mas não cumpre com sua prerrogativa principal: discutir com profundidade as consequências de uma futura privatização.
Luis Nassif/Jornal GGN
A maneira como a mídia tratou a greve do transporte público em São Paulo é de uma irresponsabilidade a toda prova. Expôs os transtornos da população, os problemas individuais, mostrou-se solidária com o sofrimento. Só não discutiu o essencial: transporte público deve ter controle privado ou público?
Aqui está um resumo da propriedade do metrô nas principais cidades da Europa:
Londres: O metrô de Londres é propriedade da Transport for London (TfL), uma agência do governo local.
- Paris: O metrô de Paris é propriedade da RATP, uma empresa pública.
- Berlim: O metrô de Berlim é propriedade da Berliner Verkehrsbetriebe (BVG), uma empresa pública.
- Roma: O metrô de Roma é propriedade da ATAC, uma empresa pública.
- Madrid: O metrô de Madrid é propriedade da Metro de Madrid, uma empresa pública.
- Barcelona: O metrô de Barcelona é propriedade da Autoritat del Transport Metropolità (ATM), uma agência do governo regional.
- Milão: O metrô de Milão é propriedade da Azienda Trasporti Milanesi (ATM), uma empresa pública.
- São Petersburgo: O metrô de São Petersburgo é propriedade da Metro de São Petersburgo, uma empresa pública.
- Moscou: O metrô de Moscou é propriedade da Companhia de Transportes de Passageiros de Moscou (Mosgortrans), uma empresa pública.
- Em alguns casos, a propriedade do metrô é compartilhada entre o governo e empresas privadas. Por exemplo, o metrô de Londres é propriedade da TfL, mas é operado pela London Underground Limited, uma joint venture entre a TfL e a MTR Corporation, uma empresa privada de Hong Kong. Mas, pelo fato do controle ser público, o Estado define as prioridades.
A propriedade do metrô também pode variar ao longo do tempo. Por exemplo, o metrô de Paris era originalmente propriedade de empresas privadas, mas foi nacionalizado pelo governo francês em 1948.
O metrô deve ser empresa pública por uma série de motivos, incluindo:
- Garantia de acesso universal: O metrô é um serviço essencial para a mobilidade urbana. Como empresa pública, o metrô pode ser operado com o objetivo de garantir acesso universal, independente da renda ou da localização das pessoas.
- Controle social: O metrô é um bem público. Como empresa pública, o metrô está sujeito ao controle social, o que garante que ele seja operado em benefício da população.
- Investimentos em longo prazo: O metrô é um investimento de longo prazo. Como empresa pública, o metrô pode ser financiado pelo governo, o que garante que ele seja construído e mantido mesmo em períodos de crise econômica.
A privatização do metrô pode levar a uma série de problemas:
- Aumento das tarifas: As empresas privadas são motivadas pelo lucro. Em alguns casos, lucro pode ser sinônimo de eficiência. No caso do transporte público, pode significar aumento de tarifas.
- Redução da qualidade do serviço: Isso pode incluir o corte de linhas, o aumento do tempo de espera e a redução da frequência dos trens.
- Privatização de ativos públicos: A privatização do metrô pode levar à privatização de ativos públicos, como estações e trilhos. Isso pode prejudicar o interesse público e dificultar a expansão do metrô no futuro.
Trata-se de uma discussão essencial, que já foi definida em todos os países desenvolvidas. Por aqui, a mídia critica a greve, afirma que o local de discussão deveria ser a Assembleia Legislativa, mas não cumpre com sua prerrogativa principal: discutir com profundidade as consequências de uma futura privatização.
Jacaré e porco espinho não combinam https://bit.ly/3Ye45TD
2 comentários:
O que é do povo deve estar (permanecer) a serviço da população. A falta de investimento e consequentemente a depreciação são meramente proposital para ganhar a opinião pública. O Brasil precisa sair dessa contra mão.
O que é do povo deve estar (permanecer) a serviço da população. A falta de investimento e consequentemente a depreciação são meramente proposital para ganhar a opinião pública. O Brasil precisa sair dessa contra mão. Erwin Araujo.
Postar um comentário