Cinco preciosos bolos de rolo
Luciano Siqueira
Destaque jornalístico exagerado?
Talvez não. Bolo de rolo é patrimônio cultural em Pernambuco. Coisa fina. Tradicional. Especialíssima.
Então não foram simples pacotes de bolo, foram jóias que, embora populares, preciosíssimas.
Na minha infância em Natal conheci o dito cujo como colchão de noiva, aquelas camadas de doce de goiaba alternadas com a massa doce de farinha de trigo.
Vindo pro Recife, ousei ingenuamente um extremo vitupério: chamei o daqui com o nome do de lá: — Não confunda as coisas! O bolo daqui é de rolo mesmo, de camadas continuas enroladas.
Desde então tenho tido o cuidado de não melindrar os pernambucanos ao notar semelhanças nas duas iguarias.
Mais: incorporei a pernambucana reverência ao bolo de cá. Do mesmo jeito que juro acreditar que os rios Beberibe e Capibaribe se juntam para formar o Oceano Atlântico.
Mas, voltando à notícia da TV, será que o hábil ladrão tem plena consciência de que roubou cinco peças de tamanha preciosidade?
Ou só terá se dado conta de sua ousadia criminosa vendo a TV?
De toda sorte, que tenha feito bom proveito das cinco joias com um bom suco de laranja ou com uma boa dose de leite pingado.
Impossível explicar a vida num verso curto https://bit.ly/3Ye45TD
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